Um confronto que vem se tornando um clássico, ganhou um ar de novela.
Palmeiras e Flamengo se enfrentam pelo Brasileirão da Série A, no domingo, às 16h, pela 12ª rodada da competição - pelo menos é o que diz, até o momento, a tabela.
O clube carioca vive em meio a um enorme problema. Um surto de covid-19 contaminou jogadores, membros da comissão técnica e diretoria. São 16 atletas infectados e fora de combate, além do técnico, até o momento.
Por esse motivo, o rubro-negro entrou com um pedido de adiamento da partida. Alegando que tem apenas 12 atletas à disposição - nove de linha e três goleiros. Pedido esse que foi negado pela CBF, alegando que o Flamengo têm jogadores que podem ser convocados e utilizados. Porém, o clube já acionou o STJD, que deu o prazo de 24h (até hoje), para a Confederação se manifestar novamente.
O Palmeiras, por sua vez, mantém a postura de ser a favor da realização do jogo. Além disso, os jogadores alviverdes emitiram uma nota informando que total confiança no protocolo adotado pela CBF. Citou também que o Flamengo, em outras oportunidades, declarou confiar no protocolo. Principalmente quando se falava em retorno das competições.
Diante disso, é correto ou errado acontecer a partida?
Primeiro precisamos entender que o regulamento/protocolo implantado, acordado e assinado pela maioria dos clubes contempla a situação. Ou seja, protege e ampara a situação. Nele, é dito que cada clube pode regularizar um número máximo de 40 jogadores e que uma partida só não acontece desde que o time em questão tenha o número mínimo (7).
Alguns jogos adiados estão sendo usados para comparação e uma suposta razão no pedido de adiamento. No entanto, mais uma vez o regulamento agiu ao seu critério.
O Imperatriz-MA teve seu jogo, pela Série C, contra o Treze-PB adiado por ter entre 12 e 13 infectados, num elenco com 19 inscritos. O CSA não viajou para enfrentar a Chapecoense, pela Série B, pois não tinha um contingente ideal.
E o Goiás, que viveu as duas vertentes, teve seu jogo contra o São Paulo adiado porque recebeu a confirmação dos casos positivos no dia da partida. Logo, os jogadores estavam concentrados com os demais e possivelmente um surto generalizado poderia acontecer.
Por outro lado, o esmeraldino jogou algumas rodadas com vários desfalques. Contra o próprio Palmeiras, por exemplo, foram 15. Por quê? Pelo regulamento. Pois se não entrasse em campo, tomaria um W.O.
É uma notória "briga" entre o Regulamento/Protocolo x Bom Senso.
Acredito que essa essa proporção e divergências de opiniões têm, também, um motivo: o Flamengo. Justamente por atitudes anteriores tomadas pelo clube - vindas de seus dirigentes. Inclusive, na pressa e aceleração de retorno do futebol. Entre treinos clandestinos, politicagem, violação de normas e falas arrogantes.
No entanto, há um ponto principal e cabal para tais pensamentos: o egoísmo. No futebol brasileiro não há uniformidade e fraternidade entre os clubes. O "cada um por si" impera. Tipo a parada do "farinha pouca meu feijão primeiro". Isso é algo histórico e enraizado - infelizmente.
Creio, também, que se a situação fosse contrária, certamente, estaria acontecendo a mesmo coisa. A mesma briga de egos, o mesmo individualismo. Como de costume.
Portanto, é correto ter esse jogo?
Pelo regulamento/protocolo, sim. Pois caso ele não seja vigorado, uma parte será beneficiada e o critério usado para outros desfeito. Por outro lado, pela segurança das pessoas e principalmente da saúde, o bom senso deveria ser usado. A complexidade é eminente. Como os absurdos que vemos no nosso futebol. Trágico.
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