Mais um tabu quebrado. Mais uma demonstração de capacidade.
A noite desta terça-feira (04) teve algo especial. Além, lógico, do título de bicampeão do Ceará, de forma invicta. Os canais FOX Sports, mais uma vez, inovam - podemos assim dizer. Uma equipe inteiramente composta por mulheres comandou a final da Copa do Nordeste 2020.
Formada pela narradora Renata Silveira, as comentaristas Lívia Nepomuceno e Vanessa Riche; junto de Fernanda Colombo, comentarista de arbitragem.
Pode-se dizer que a história foi feita? Sim. Como fez Luciana Mariano, primeira mulher a narrar uma partida de futebol na TV brasileira, em 2018; ou Isabelly Morais, de 20 anos, que assumiu os microfones durante as partidas de futebol transmitidas pela Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte (MG); ou Zuleide Ranieri Dias, uma das pioneiras em narração no rádio, na década de 1970.
Além das meninas que fizeram a partida de ontem, outras já vêm se destacando no meio do futebol e do jornalismo esportivo - com total habilidade. Como apresentadoras ou repórteres - totalmente, também, capacitadas. Algo que até pouco tempo era rarode assistirmos.
Eu, particularmente, acompanhei a transmissão e vi uma qualidade imensa. Foram seguras, firmes, destemidas. Conseguiram conduzir o jogo de forma natural e eficiente. Não deixaram nada a desejar. Lógico, que como qualquer profissional, a evolução é necessária - para todos! Homens e mulheres. E é essa busca pela excelência que deve existir. Contudo, falando apenas da partida em si, mandaram muito, mas muito bem.
A atitude da FOX, mais uma vez, veio para mostrar que capacidade e talento não são medidos por gênero. O que falta na verdade é oportunidade e apoio para que mulheres mostrem seus trabalhos.
São esteriótipos e paradigmas que precisam ser extintos. Mesmo sabendo que a cultura preconceituosa e machista do futebol ainda impere. Reflexo inclusive de uma sociedade patriarcal - onde ainda se imagina o homem tendo poder, autoridade e domínio.
Por isso que é totalmente necessário incluir e integrar. Para que meninas com o mesmo sonho possam ter referências e não deixem de sonhar por achar que não conseguem. Ou que por serem mulher, não podem.
O futebol é um lugar onde é cultural tal discriminação. Usam de desconfiança e implicância para tentar manter algo que chamam de "padrão" - tolos.
É a partir daí que algo deve ser feito. A solução é "simples": abrir portas. Ser pontes e não muros. Onde há talento, dedicação, profissionalismo, lucidez, vocação, etc; há possibilidades. Basta dar chances e não julgar por gênero. Tendo igualdade profissional e não divisão por despeito.
Até porque, no futebol, narra e comenta quem sabe.
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