04/06/2021 09:08:40
André Avlis
FUTEBOL: Na TV, por que as mulheres incomodam tanto?
Narradoras, comentaristas e repórteres seguem ganhando espaço no seguimento.
O GloboRenata Silveira, Ana Thaís Matos, Natália Lara, Renata Mendonça e Fernanda Colombo. Componentes do time da TV Globo, no Brasileirão 2021.

A resposta para a pergunta do título é óbvia. Tão óbvia quanto a estranheza de quem a causa.

Há alguns anos, várias profissionais vêm ganhando espaço na TV. Entre repórteres, comentaristas e agora, narradoras. As barreiras estão se quebrando cada vez mais e as oportunidades começam a surgir. No entanto, existem outros obstáculos a serem vencidos.

Então, por que uma narradora, por mais competente que seja, incomoda? Por que uma comentarista, que sabe muito de bola, incomoda? Por que uma repórter que informa com total propriedade e peculiaridade incomoda? Por quê?

Tais perguntas automaticamente vêm com uma resposta de forma inconsciente - ou talvez com toda a certeza de saber o motivo.

O futebol e a sociedade em si, foi forjada a partir de estereótipos e dogmas. Traduzido para o bom "futebolês", sabemos que pensamentos generalizados separaram por gênero. Ou seja, só há - ou havia - espaço para um. Porque "lugar de mulher é..." vocês sabem o que estou falando.

Falarei, também, por mim. Até porque já tive tal "estranheza". Hoje, ainda bem e Graças a Deus, não mais.

Existe algo chamado condicionamento. Logo, se nascemos, somos criados e impulsionados a acreditar em alguma coisa - mesmo sendo um total equívoco - iremos reproduzir todos esses aspectos em opiniões. Ou seja, se eu fui instruído a acreditar em algo, possivelmente ou certamente, terei estranheza se algo sair do "meu natural" ou "meu normal". Por isso a importância e necessidade de evolução. Sobretudo quando falamos em igualdade.

Esses fatores, talvez ou muito provavelmente, explica a aversão à mulheres ocupando lugares que antes não ocupavam. Um explícito preconceito, repúdio e discriminação - em total significado dos termos e sinônimo.

No entanto, há várias explicações e respostas para elas estarem onde estão: competência, capacidade, conhecimento, eficiência e sobretudo, mérito. O "novo" pode até causar espanto, como em todo e qualquer segmento. Porém, o peso para julgar quando o gênero é oposto parece pesar mais. Tão somente por isso. Partindo do pressuposto formado e caracterizado de machismo - aquilo que explica o condicionamento.

Portanto, há uma resposta pelo incômodo. Mesmo sendo sem razão ou nexo - ou talvez por pura opinião cheia de "prés". Contudo, espero piamente que o "desagradável" continue. Porque "lugar de mulher é onde ela..." Ah! vocês sabem.

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