Há alguns dia pego-me parado em frente a TV. Assistindo, torcendo e comentando.
Um volta no tempo. Torcendo com se fosse nos tempos atuais. Aliás, o que eu estou acompanhando é atemporal. Imortal.
A Série "Faixa Especial" do canal Sportv está me dando e nos dando uma oportunidade única. Aliás, tenho muito que agradecer. A sensação de ver a Seleção Brasileira de 70 "ao vivo" é incomparável e inexplicável. É tipo uma saudade do que eu não vivi - deve ser por isso que me considero saudosista.
É algo mágico, místico, lendário. Como era aquele time.
O saudoso Mestre Nelson Rodrigues disse: "O pior cego é aquele que só vê a bola". Agora eu entendo.
Sentando em minha cadeira eu assisto algo não corriqueiro. Vejo fascínio. Feitiço. Não quis prestar atenção na bola, prefiro entender a harmonia e sintonia com que aquele esquadrão jogava. É tipo um samba malandro de Zeca Pagodinho, com a seriedade da quinta sinfonia de Beethoven. Um repertório vasto de quem tinha artistas em campo.
Um time de vários camisas 10, unindo-se a 11. Em bloco, foco, objetivo. É Nelson, fez bem me ensinar sobre cegueira. A bola que tanto rola e não enrola, ficou em segundo plano. Mas, olhando bem, acho que até ela se esqueceu. Vendo todo aquele apogeu.
União de Rei, Furacão, Mestre, Explosão, Sabedoria, Inteligência, Intuição e Ousadia. Tudo em maiúsculas. Como pede a cartilha de elogios para quem é grande. Alto. Gigantesco.
Eu sempre fui um bom ouvinte. E ouvi muito sobre esse time, essa Seleção, esse Esquadrão. Hoje, quem diria, escrevo. Descrevo. Pelo meu olhar, que por um ou vários momentos esqueceu a bola - desculpa senhora. É que a magia de movimentos me cegou e não sou pior por isso, até porque não vi só você.
Gratidão, apenas. Um sonho realizado, que mesmo sem assisti eu vi. Quando a Seleção Brasileira foi pura magia.
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