Vanderlei Luxemburgo, atual técnico do Palmeiras.

Antes de citar o que disse de Vanderlei Luxemburgo, reitero: não há "pouco racismo"; racismo é racismo e ponto.

Em entrevista exclusiva ao Estadão, o técnico falou sobre várias questões. Uma delas, o racismo. Fazendo um resumo, em trechos, separei alguns. O treinador, antes de tudo, disse ser um assunto complexo. Logo após, citou que no Brasil existem algumas situações de racismo e que algumas delas são tratadas de forma desnecessárias.

Expôs também, que atos de racismo no futebol são provocados e que deveriam ser deixados de lado. Que, ao seu modo de ver, nada mais é que uma bobagem. Além de finalizar dizendo que no futebol, o que acontece são formas de desestabilizar o adversário. Gozação, brincadeira, E finalizou afirmando que é uma discussão longa.

Antes de minha opinião, deixa eu explanar e exclamar: Que fala infeliz!

Como minimizar atos de racismo? Como achar ou entender que isso é "bobagem" e "brincadeira"?

Injúria, racismo, preconceito e afins, não devem ser minimizados. Não se deve haver tolerância para tal ato sórdido e desumano. A opinião de Luxemburgo, transparece uma normalidade que não existe. Pois não é normal alguém ser chamado de macaco, negro de "alguma coisa". Não, não há naturalidade nisso.

O racismo no nosso país está enraizado. Foram séculos de escravidão, perseguição, segregação. A abolição aconteceu, mas lá no íntimo nada mudou. Basta ver a situação da atual sociedade. Onde foi criado esteriótipos para negros. Onde há desigualdade.

Um posicionamento infeliz como esse, banaliza a luta de várias pessoas, inclusive no futebol. Vemos jogadores e personalidades importantes engajados em uma causa tão nobre que é o combate a tal preconceito. Justamente por serem vozes ativas para o movimento de conscientização.

Precisamos entender que o futebol é um meio que deve ser usado para lutas como essa. Contra o preconceito racial, a xenofobia, o machismo - e são lutas que vêm ganhando corpo nos últimos anos. Justamente por posicionamentos e firmeza nos atos.

Devemos levantar bandeiras em prol de quem sofreu, sofre e sofrerá com tal hostilidade. O nosso dever é combater e não passar panos quentes ou fechar os olhos. O racismo no futebol é uma realidade. Não uma piada, brincadeira ou bobagem. A intolerância deve ser exterminada.

O racismo estrutural faz com isso aconteça. Então, que lutemos para acabar com o mal. No esporte, no futebol, na sociedade, no mundo. Em qualquer âmbito.

Por fim, reafirmo a infelicidade da fala de alguém que sou muito fã. Mas não consigo ser conivente ou concordar. Espero que tenha sido "apenas" isso: infelicidade nas colocações. Ponto.

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