06/01/2021 08:50:56
André Avlis
LIBERTADORES: Em Avellaneda, Marcelo Gallardo caiu na "teia" de Abel Ferreira
Palmeiras vence o River Plate por 3 a 0 e abre boa vantagem em uma das semifinais da competição sul-americana.

Reeditando a semifinal de 1999, Palmeiras e River Plate começaram, ontem, o duelo até à final da Taça Libertadores.

Posso afirmar: nem o mais otimista - que é sempre pessimista - dos palmeirenses esperava um placar tão elástico como foi o dessa primeira partida de semifinal. Porém, a lógica não se fez presente em Avellaneda.

Antes do jogo o River Plate era (ou ainda é), ligeiramente, favorito no confronto. Principalmente pelo que vem fazendo na última década. Entre títulos e permanências em semifinais. É, inclusive, o time a ser batido no continente. Sobretudo pelo seu nível, consistência, qualidade.

O jogo:                                                                                                                                                                                                                                                                           
Abel Ferreira, técnico do Verdão, modificou seu time e fez apostas para o confronto. Colocou três meninos da base no meio de campo (Patrick de Paula, Gabriel Menino e Danilo) e espelhou o 4-3-3 do time argentino em vários momentos do jogo. Fazendo isso, deixou a marcação do meio encaixada e com mais vigor físico, para que a única saída fosse os extremos do campo.

O River teve a posse de bola (pouco efetiva) na maior parte do jogo, principalmente no primeiro tempo. No entanto, esbarrava na boa marcação palmeirense; que não deixava os "millionários" utilizar uma de suas principais armas: a troca de passes rápida, para que a inversão da bola pegue o balanço defensivo do adversário mal feito.

Passado o momento de pressão do início do jogo, o desenho do Palmeiras era nítido para um contra-ataque; e foi daí que surgiu o primeiro gol (numa bola brigada e recuperada). O segundo gol veio no início do segundo tempo, em jogada rápida e trabalhada. Assim como o terceiro, em uma jogada ensaiada de bola parada.

As variações táticas do time de Abel Ferreira foram primordiais para brecar o time argentino, principalmente quando se defendia. O recuo das linhas fazia com que o Palmeiras estivesse ora num 4-5-1, ora num 4-4-2. Montado, então, para um contragolpe. Ou seja, atraiu os argentinos para que os espaços aparecessem (e apareceram), para que suas deficiências defensivas fossem expostas.

Alguns chamam de "nó tático" - talvez tenha sido. Mas prefiro chamar de trabalho bem feito. O estudo do adversário foi impecável, além de toda a entrega e concentração da equipe. Como a muito tempo não era visto, o Palestra foi seguro, cirúrgico, cascudo, inteligente e consistente. Uma harmonia que resultou em uma das maiores vitórias do Palmeiras na Libertadores.

Um passo grande foi dado até o objetivo de chegar à final. No entanto, nada está ganho - principalmente para os naturais pessimistas palmeirenses. Mas ontem, ontem foi dia de um português. Foi dia de Palmeiras. Foi dia de Brasil.

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