O pessimismo natural do palmeirense pareceu presságio - ou só confirmação.
Uma vantagem ampla e um jogo impecável na última terça-feira (5), davam a esperança necessária para que a decisão no Allianz Parque fosse sem fortes emoções. Apenas davam, porque na prática foi totalmente diferente.
O óbvio aconteceu - na parte do River Plate. Marcelo Gallardo modificou seu esquema e estrutura tática para que o time tivesse mais amplitude, ou seja, abrir mais seus laterais e pontas. Com um 3-5-2 nada convencional, os 'Millionarios' conseguiram tem amplo domínio da partida.
A proposta de jogo foi eficiente a todo momento. Com os laterais e pontas abertos, o time argentino tinha a possibilidade da inversão de bola rápida, já que teve a bola na maior parte do tempo. As linhas adiantadas e os três defensores bem postados faziam com que o Palmeiras não tivesse êxito em seus contragolpes - a não ser em um gol perdido por Rony, nos primeiros minutos da partida.
Pressionado, o Verdão não conseguia jogar até que aos 28 minutos do primeiro tempo, numa bola parada, veio o primeiro gol do River. A pressão continuou e aos 43, também do primeiro tempo, veio o segundo.
Na segunda etapa, mais River - e menos Palmeiras. As linhas baixas e a falta de calma fizeram o time brasileiro ficar muito frágil. Foi aí que o "teste para cardíaco" começou. Sobretudo quando o VAR entrou em ação para anular um gol e rever um pênalti marcado. Ambos invalidados de forma correta.
O time argentino foi amplamente superior. Nos aspectos tático e técnico; posse de bola, intensidade, volume de jogo e chances criadas. O nó tático desta vez foi dado por Marcelo Gallardo - diferente do primeiro jogo. No entanto, em algumas mudanças para se defender - principalmente quando tinha um homem a mais - Abel Ferreira foi feliz.
Foi, sem dúvidas, com todo o paradoxo, uma doce e histórica derrota. Confirmando o pessimismo peculiar de todo o palmeirense. Para selar a ida para a final - algo que não acontecia desde 2000.
Por fim, se o Palmeiras quiser mesmo o segundo título da Libertadores, tem que esquecer o horroroso e pífio desempenho do jogo de ontem. Para que no dia 30 de janeiro, no Maracanã, sua torcida mão "quase morra do coração".
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