Como os líderes da independências da América do Sul, Flamengo e River se enfrentam em uma guerra de uma batalha só.
A competição que é realizada desde 1960, tem pela primeira vez uma final de jogo único. Regulamento modificado pela CONMEBOL no ano passado.
Uma das partidas mais esperadas dos últimos anos. Por vários fatores. O futebol magnífico desempenhado pelo Rubro-Negro, a solidez do poder em decisões dos Millionários e a atmosfera criada por ser uma decisão em apenas uma partida. É sim um jogo decisivo, porém, não é um clássico (pelo menos para mim).
Antes da análise, principalmente do time argentino, mostrarei alguns números, dados e campanhas na competição.
Em toda a história os dois se enfrentaram, em jogos oficiais, 12 vezes (por isso não é clássico). Foram 5 vitórias do River, 4 do Flamengo e 3 empates. O primeiro aconteceu em 1982 pela Libertadores. São 5 títulos em campo: 4 do River Plate (1986, 1996, 2015 e 2018); 1 do Flamengo (1981).
Os dois sem enfrentaram pela última vez ano passado. Foram dois jogos e dois empates. Um 0x0 na Argentina e um 2x2 no Brasil.
As campanhas: O Flamengo foi o primeiro do grupo D, onde também estavam Peñarol, LDU e San José-BOL. Foram 10 pontos conquistados nas 6 partidas; com 3 vitórias, 2 derrotas e 1 empate. Enfrentou o Emelec nas Oitavas, Internacional nas Quartas e o Grêmio nas Semifinais. Ao todo, fez 22 gols e sofreu 9.
Já o River, foi o segundo colocado do grupo A, onde também estavam Internacional, Palestino e Alianza Lima. Foram 10 pontos conquistados nas 6 partidas; com 2 vitórias e 4 empates. Nas Oitavas enfrentou o Cruzeiro, nas Quartas o Cerro Porteño e nas Semifinais, seu arquirrival, Boca. Ao todo, fez 15 gols e sofreu 7.
Números, dados e históricos mostrados, agora vamos ao que interessa: O jogo!
O Flamengo de Jorge Jesus, é sem sombra de dúvidas o melhor time em atividade no Brasil. Inclusive, o melhor time que vi jogar nesses últimos anos. A escalação deve e certamente será a de força máxima. Assim sendo, tudo o que já citei sobre o Flamengo estará em campo. E não é clichê. É a realidade. Não mudando suas características e sim a estratégia, será o mesmo time agressivo, organizado, com personalidade e um potencial individual, que lhe é peculiar, que poucos têm. O Mengão nós conhecemos de perto.
Agora, vamos ao River Plate de Marcelo Gallardo. Que também não deve mudar seu time e deve mandar a campo: Armani, Montiel, Pinola, Martinez e Casco; Perez, Palácios, Fernandez e De la Cruz; Suarez e Borré.
Nos últimos dias analisei alguns jogos do time argentino. Principalmente os que necessitou de alta concentração dos jogadores. Ou seja, as partidas decisivas e principalmente de Libertadores.
Percebi que é um time que tem como características principais: a posse de bola inteligente, variações táticas, um contra-ataque rápido, troca de posições ofensivas, saída com velocidade e triangulações rápidas, alinhadas aos passes curtos. Outro ponto importante é o pode de se adequar aos determinados momentos dos jogos. São jogadores que cumprem a risca o que seu treinador pede.
Sem esquecer da marcação pressão assim que a bola é perdida no campo de ataque (a chamada blitz dos 9 segundos). Um dos trunfos de Gallardo.
Ora utilizam um 4-4-2, depois mudam para um 4-2-3-1 ou 4-1-4-1; em vários momentos trocam para um 5-3-2 ou um 3-5-3; e até um 3-4-3.
Isso faz com que as transições aconteçam. A principal é a descida de Enzo Perez para o início da jogada, fazendo seus laterais e pontas ficarem espetados (bem abertos), alargando assim o campo. Nessa situação a linha de meias baixa de forma compacta para a armação da jogada.
Na defesa, costumam fazer duas linhas de 4 e na maioria das vezes um losango no meio-campo. Na variação para três zagueiros, como normalmente, fazem a sobra e povoam o meio.
Agora, vamos para o que o torcedor flamenguista quer saber. O que eu percebi de pontos fracos e vulnerabilidade.
Como jogam na maioria das vezes com as linhas altas, dão sempre espaços para o contra-ataque. Com isso, alguns espaços entre as linhas de meio e defesa aparecem. E mais dois fatores. Como tem um lado esquerdo forte, costume "pender" para ele, consequentemente ficando com uma recomposição lenta pelo setor.
Enfim, fim. Um pouco cansativo né? Mas necessário e importante. Que mudem as estratégias e não as características.
Que vença quem estiver melhor preparado.
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