Nem o melhor vidente poderia prever.
Após o empate por 2 a 2 contra o Fortaleza, em jogo atrasado da 29ª rodada, o Botafogo deixou viu o Palmeiras se tornar líder nesta reta final do Brasileirão. O time paulista agora é o líder com 61 pontos. Um ponto à frente do alvinegro.
O Glorioso liderou o campeonato por 31 rodadas consecutivas - da 3ª a 34ª. Na virada do turno, o alvinegro tinha 12 pontos à frente do segundo colocado. Naquele momento, poucos prognósticos diriam que restando quatro rodadas para o término do campeonato, o Botafogo não estivesse com o título assegurado.
Tanto que em várias das discussões, se falava que o time carioca poderia ser um "Arsenal" - usando como exemplo pejorativo, o time inglês que perdeu a Premier League para o City de Guardiola, restando poucas rodadas. Inclusive, eu tive a mesma impressão e parece que estava equivocado. Até que tudo mudou de forma radical.
Como explicar essa queda vertiginosa de rendimento? Qual o motivo deste segundo turno pífio?
Podemos pontuar algumas situações que surtiram como efeito boboleta para este momento.
Após a saída do técnico Luis Castro, Cláudio Caçapa assumiu o time interinamente e deu continuidade a tudo o que vinha sendo feito. Logo depois, o clube achou por bem trazer o técnico português Bruno Lage. Um profissional jovem, promissor e com bons trabalhos, expecialmente, no futebol inglês. No entanto, através de maus resultados, escolhas questionáveis e motim promovido pelos jogadores, o portuga deixou o cargo.
A pedido dos próprios jogadores, Lúcio Flávio assumiu a equipe e pouco conseguiu fazer. Agora, Tiago Nunes terá a missão de não deixar um vexame acontecer.
Então, de quem é a culpa?
Creio que a partir da saída do técnico Luis Castro, de certa forma, o planejamento ruiu e teve que tomar outros rumos. A meu ver, a responsabilidade pode ser muito bem dividida entre diretoria e jogadores.
Contudo, a partir do momento que os atletas interferem com um pedido de permanência de determinado profissional no cargo de treinador, é compromisso e dever dos principais atores do futebol darem respostas e entregar um nível melhor do que está sendo apresentado.
O que transparece é que os mesmos não suportaram a pressão de estar na liderança e não tiveram a manuntenção de rendimento. Além, é óbvio, através de todos estes fatores, o aspecto mental do time está esfalerado, dilacerado. E agora, neste momento, parece está difícil juntar tudo isso para retornar a ser um time equilibrado.
A parada complicou ainda mais porque o time de Jonh Textor está vendo dois dos maiores vencedores do futebol da América do Sul entrarem de vez na briga. Clubes acostumados a chegar em retas finais e decidir. Coisa que o Botafogo, até o momento, parece não ter forças para conseguir.
Um caminho para um desfecho que parecia impossível. Pouquíssimo provável. Mas que, agora, tem grandes chances de acontecer. E se acontecer, o Botafogo vai protagonizar uma das maiores pipocadas da história do futebol brasileiro.
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