Um paradoxo também é vivido em Alagoas. Talvez uma utopia, digamos assim.
Após o novo decreto anunciado pelo Governo Estadual, a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude (Selaj), divulgou as regras que os clubes devem seguir para o retorno dos treinamentos.
São elas: 1) Obrigatório o uso de máscaras e álcool em gel nas áreas em comum do CT; 2) Sanitização dos espaços antes e depois das atividades; 3) Placas de avisos e cuidados obrigatórios no combate à Covid-19; 4) Isolamento social de todos os atletas e integrantes essenciais para as atividades; 5) Estão proibidos treinos coletivos e simulações de jogos; 6) É obrigatória a presença do departamento médico do clube no CT.
Continuando: 7) Sanitização periódica do CT; 8) O CT ou Estádio deve ser fechado ao público geral; 9) Evitar aglomerações nos vestiários, concentrações, ambientes fechados e campo; 10) Obrigatória a presença da equipe médica no local da atividade; 11) Os atletas e demais envolvidos nas atividades deverão utilizar uniformes individualizados, não podendo trocar a vestimenta no CT; 12) O transporte dos atletas deve ser feito de forma segura, respeitando o distanciamento social; 13) O uso de garrafas individuais e descartáveis é obrigatório.
Além disso tudo, claro, é necessário fazer todo o protocolo de testagem, antes do retorno.
Vendo e lendo tudo isso, de cara eu me pergunto: "Essa galera está falando de qual estado? Qual futebol?"
Os únicos clubes que, pelo que parece, que vão conseguir seguir todas essas regras, são CRB e CSA - apenas. As estruturas atuais dos clubes do interior não são compatíveis com tais medidas. A realidade é totalmente diferente. Desconectada com vários dos pontos exigidos pela Secretaria. Que deixou bem claro: só retorna quem segui-las.
A bizarrice continua quando uma possível volta está encaminhada, num campeonato que não tem data prevista para ser retomado. Pois, como já disse aqui: quando se fala FUTEBOL ALAGOANO, eu entendo de forma ampla. Um todo. Todos. Da capital ao interior. Pois nosso futebol não se resume a apenas CRB e CSA.
Ou seja, é totalmente inviável, para os outros 6 clubes retornarem. Pelas despesas que terão, em meio a crises financeiras, e por tudo que gira em torno de uma volta às atividades (contratos, logística, translado de atletas e comissão, despesas diárias).
Portanto, se é para voltar, que sejam todos. De forma conjunta e coletiva. Que o pensamento seja na forma ampla da palavra. Que tenha igualdade e não benefícios para determinados clubes. Dito isso e vendo todo o cenário do nosso futebol, eu posso reafirmar: não temos estrutura para o retorno igualitário. Ponto.
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