O ditado de que é "mais fácil mandar embora um do que 27" se materializou mais uma vez.
A diretoria do ASA anunciou a demissão do técnico Leandro Sena, nesse domingo (4), após o resultado vexatório de empate por 1 a 1 contra a equipe sub-20 do CRB. Além do treinador, foram dispensados os atacantes Iago Santos, Gilvan, Alisson Araçoiaba e Wemerson.
O clube fez o movimento cultural - dentro do futebol brasileiro - de resolver um problema complexo tomando uma decisão fácil e rápida.
Infelizmente o imediatismo habitual traz consigo a responsabilidade e obrigação de entregar resultados instantâneos num curto espaço de tempo, se compararmos o período necessário para que um trabalho tenha solidez e consistências dentre os aspectos exigidos.
É bem verdade e evidente que o rendimento do ASA caiu vertiginosamente. O time estagnou, não conseguiu evoluir e manteve as mesmas deficiências das partidas anteriores. Insuficiências detectadas pelo próprio Sena. Ainda assim, O técnico não teve êxito na busca por correções.
Mas, diante de todos os problemas diagnosticados e que tornaram-se aparentes, Leandro Sena é o único culpado pelo terrível momento do ASA?
Para mim, obviamente que não.
Primeiro, que em meu ponto de vista, individualizar situações que cabem divisões de responsabilidade é agir com incoerência. Leandro tem incumbências neste contexto que podem e devem ser questionados, naturalmente. A montagem do elenco que passou pelo seu crivo, talvez a demora para mexer no time e algumas tomadas de decisão nas partidas.
Ainda assim, atribuir a ele toda a culpa pelo baixo nível apresentado até aqui beira a desonestidade.
A diretoria também tem autoria nesta situação. Foi ela que abriu mão de um diretor de futebol para profissionalizar ainda mais o setor; foi a mesma que também deu a liberdade para o profissional indicar jogadores e ajudar a montar o elenco. Então, existe reponsabilidade.
E os últimos atores desta atual circunstâncias: os jogadores.
São eles que jogam. São eles que continuam a receber todo o suporte necessário em termos de estrutura. São eles que têm o dever de entregar, executar e melhorar o nível performático da equipe através de boas apresentações. Até porque não é o técnico ou os diretores que possuem a capacidade e a competência de entrar em campo para performar.
Portanto se for para elencar culpados, que seja feito de forma homogênea. A culpa é mútua. E por isso, o técnico Leandro Sena não pode servir como 'Cristo'.
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