Nos bastidores da política alagoana, o clima já é de pré-campanha. Antes da recente viagem do governador Paulo Dantas (MDB), um encontro reservado entre ele e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Victor (MDB), deu o tom do que deve pautar os próximos movimentos do Palácio República dos Palmares: montar um “secretariado de combate” com foco direto nas eleições de 2026.
Segundo apurou este blog, Marcelo Victor foi enfático ao cobrar de Dantas uma reforma administrativa com objetivo eleitoral. A exigência é clara: azeitar a máquina pública desde já para garantir um desempenho robusto nas urnas, com segurança jurídica e sem receios de questionamentos da Justiça Eleitoral.
A movimentação ocorre em meio às articulações que envolvem a possível candidatura do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), ao governo do Estado. Se for confirmado como nome único da base, como deseja o grupo, a prioridade passará a ser a formação de uma bancada federal majoritariamente ligada à dupla Renan–Victor. A estratégia inclui desde a distribuição de cargos estratégicos até a aliança com prefeitos e lideranças regionais em troca de apoio e estrutura.
Outro ponto sensível envolve a vaga de vice. Marcelo Victor deixou claro que, em caso de candidatura única de Renan Filho ao Palácio, caberá a ele indicar o nome que irá compor a chapa majoritária. A exigência reforça o projeto de continuidade do poder nas mãos do grupo que hoje comanda o Executivo estadual, sem fissuras entre MDB, Assembleia Legislativa e base federal.
“O objetivo é manter o controle do Palácio no próximo governo, como acontece agora”, confidenciou um aliado próximo ao deputado. A permanência de Marcelo Victor como figura central da articulação política estadual, inclusive após o fim de seu atual mandato como presidente da Assembleia, é dada como certa.
O momento ainda é de afinação interna, mas a ordem, segundo interlocutores, é começar desde já. A avaliação é de que, mesmo com eventual favoritismo, não se pode dar margem para surpresas. Daí o apelo por um secretariado com perfil político-eleitoral: leal, operante e comprometido com o projeto de poder do grupo.
Enquanto isso, setores da oposição observam com cautela a movimentação, e líderes como Arthur Lira (PP), o prefeito JHC (PL), Alfredo Gaspar (União Brasil) e Fábio Costa (PP) avaliam o melhor caminho para enfrentar o que pode se consolidar como uma máquina político-eleitoral bem entrosada.
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