12/10/2024 11:15:09
Francisco de Franca
Lenda quebrada: "prefeito não elege prefeito" em Palmeira

Numa jogada de mestre, o prefeito Júlio Cézar conseguiu eleger sua tia Júlia prefeita de Palmeira dos Índios, acabando, então, o ciclo de que prefeito não elege prefeito em nossa cidade.

Parodiando uma novela da antiga TV Tupi, apresentada na década de 70, "Gerônimo o Herói do Sertão", o prefeito Júlio, o Cezar, pode também ser considerado o " Herói do Olimpo ", aquele que defendeu a cidade das mãos de pessoas indesejáveis.

Num cenário totalmente adverso, Júlio, menino pobre, negro, soldado de polícia, filho de uma verdureira e de um vendedor de cachorro quente, sem pertencer a família tradicional da política, quebrou todos os paradigmas: de que pobre não tem chance de vencer na vida.

Sagaz, ativo e muito inteligente, conseguiu, num bafejo da sorte, ocupar os espaços sociais e políticos mais importantes de Palmeira dos Índios.

Sempre muito comunicativo, teve acesso rápido a radiofonia, tendo a Rádio Sampaio, como escola. Em seguida, ingressou na luta pela sobrevivência na polícia militar (soldado), mas, foi a comunicação que o projetou para a vida.

O então governador Ronaldo Lessa, em suas andanças por Palmeira, percebeu o talento comunicativo daquele jovem e, sem pestanejar, o levou para o palácio do governo, onde, por competência, trabalhou para todos os governadores que sucederam Lessa.

De tanto conviver com a nata política do estado, aprendeu o beabá e se candidatou a vereador por Palmeira, sendo eleito o mais votado daquele pleito. Como vereador de uma cidade importante do estado, passou a ter respeito no cenário político. Mas, continuava no palácio exercendo sua atividade na comunicação, sendo a voz em todos os eventos importantes do governo.

A sua inteligência e oportunidade estavam sempre por perto, até que, num sopro da sorte, o candidato apresentado pelo governador desistiu da campanha ( teve medo de enfrentar Renan filho), ficando então o governador Theotônio Vilela numa situação difícil, em plena campanha sem candidato.

Júlio Cezar, muito esperto, o convenceu a ser o candidato do governo. Ele sabia que não tinha chance de derrotar Renan Filho, porém, seu objetivo não era o estado, era PALMEIRA.

Foi candidato a governador de olho na prefeitura de Palmeira. Estava certo! Sua estratégia funcionou e, na eleição municipal seguinte foi eleito prefeito. Fez um bom governo e se reelegeu facilmente.

O seu heroísmo se faz notar na estratégia de sua sucessão. Fez um excelente trabalho no segundo governo e todos queriam seu apoio, posto que, as pesquisas lhe davam ampla aceitação popular.

As lideranças que o procuravam eram estimuladas a se viabilizarem como seu sucessor e assim, vários lançaram-se candidatos, alguns no caminho desistiram, outros romperam, pois, perceberam que Júlio só estimulava.

Júlio, adepto dos ensinamentos da milenar cultura chinesa, só observava o andamento dos acontecimentos, tinha a seu favor os fundamentos chineses: TEMPO, PACIÊNCIA e SILÊNCIO. E, na hora certa, tirou da manga do paletó a carta que ninguém imaginava que guardava. Apresentou alguém fora do meio político, mas, de sua total e completa confiança. Sua tia Júlia, que, quebrando todos os paradigmas foi eleita prefeita, com uma votação expressiva e avassaladora, encerrando o ciclo centenário de que: "Em Palmeira prefeito não elegia prefeito".

Hoje, pode-se dizer que Júlio Cézar é O HERÓI DE PALMEIRA. Pelo menos por enquanto! Ele é jovem e tem muitos sonhos, se não for contaminado pela autoconfiança, vai longe. Quem viver verá!!

Francisco França - advogado

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