Voto de protesto ou revolta: é um voto por raiva ou descrença, assim é definido este tipo de voto pelos pesquisadores que estudam a política no mundo. O protesto pode ser manifestado tanto pelo voto em branco quanto nulo, ou ainda optando por um candidato que pareça irrelevante no cenário político.
O voto de protesto tem seus perigos. Em períodos diferentes no interior alagoano, especificamente no agreste, duas grandes cidades apostaram nesse método. Palmeira dos Índios em 1996 e Arapiraca em 2016.
Os resultados não foram dos melhores, houve motivo de arrependimento para os eleitores das respectivas cidades.
Palmeira dos Índios
Ano de 1996, a população da princesa do agreste e sertão; elegeu Maria José de Carvalho Nascimento (Mazé) como prefeita da cidade, primeira mulher a assumir o cargo, algo histórico. Ela arrancou a prefeitura das mãos de grandes nomes da política local na época, como: o ex-prefeito Gileno Sampaio, Fernando Duarte — ex-deputado estadual e Pedro Gaia, o principal candidato da situação no tempo. Os três tinham em mente o favoritismo e a convicção de que ganhariam a eleição.
Mazé, foi eleita sem gastar um real, nas urnas obteve uma larga vantagem, deixando para trás os conhecidos caciques da política regional. O povo estava revoltado com a crise naquele tempo, além da hegemonia das famílias que tradicionalmente ocupavam a prefeitura em forma de rodízio. O povo então, decidiu pelo voto de revolta e repúdio.
A ex-prefeita Mazé ficou no poder de 1997 até 2000. O governo foi considerado um dos piores, a resposta dada pelo povo cuminol em um dos piores momentos da história de Palmeira dos Índios, a cidade em vários momentos ficou abandonada, os eleitores palmeirenses em pouco tempo se arrependeram amargamente. A cidade parou no tempo e afundou numa crise pior ainda. Mazé, pegou uma prefeitura falida e não conseguiu administrar, não fez um bom governo. Uma prefeita ausente ao longo do seu governo, fez o município cair no atraso.
O jornalista Albérico Cordeiro teve o papel de recolocar a cidade nos trilhos. Coincidência ou não, ganhou a eleição sem gastar um real sequer, “apenas assoviando” método de divulgar sua música de campanha. O “amigo velho” assumiu o governo de 2001 até 2008, o forasteiro como era conhecido, tentou reavivar a esperança do povo da princesa do agreste/sertão. Hoje, o povo lembra com carinho de Cordeiro, sente falta dos serviços prestados a sociedade palmeirense, a população não o esquece. O ex-deputado e ex-prefeito de Palmeira dos Índios, morreu em 2010 quando sofreu um acidente automobilístico.
Arapiraca
Em 2016, Rogério Teófilo foi eleito prefeito da capital do agreste alagoano. O que se ouvia pelas ruas da cidade, era a voz de um povo desacreditado, que buscava e queria uma alternativa para realizar mudanças extremas na cidade, grande parte da população expressava uma única ambição, tirar do poder o grupo político da ex-prefeita Célia Rocha que estava há pelo menos 20 anos no governo.
Uma eleição cheia de polêmicas, uma votação acirrada, diferença mínima de votos no final, foi assim a eleição naquele ano. Seu adversário direto foi Ricardo Nezinho deputado estadual. Rogério foi eleito e a festa foi comemorada de forma enfática em Arapiraca e região. Nos primeiros meses de governo, a decepção tomou conta dos eleitores da cidade, os problemas deixados pela gestão anterior, segundo o prefeito eleito, atrapalharam o início dos trabalhos. O objetivo era começar do zero, no zero ficou até agora.
Uma gestão que até agora, não engrenou, apresenta dificuldades medonhas para colocar a cidade no caminho certo. É visível no momento atual, nós olhos dos arapiraquenses, nítidos sinais de arrependimento, descontentamento e revolta. A cidade em alguns setores tem passado por momentos turbulentos. Para muitos, falta agilidade na resolução dos problemas.
Um governo que no seu processo de trabalho, foi marcado por polêmicas e problemas: na política interna, saúde, educação, transporte, limpeza, iluminação e segurança. Além de problemas estruturais, saneamento e pavimentação.
Para grande parte da sociedade arapiraquense, o governo caminha a passos lentos, mas é importante relatar, o desejo do gestor e de sua equipe, em fazer a população da capital do agreste voltar sonhar e acreditar no desenvolvimento e crescimento da cidade. "Tendo em mente o equilíbrio, a tranquilidade e a serenidade em saber que, a situação não é das melhores."
E-mail: [email protected]
Telefone: 3420-1621