04/04/2019 14:55:33
Valdenice Guimarães
Autismo

 Nos últimos anos, houve um aumento significativo em pesquisas científicas sobre o autismo em diversas áreas, visando à ampliação do conhecimento, tanto acerca da natureza do transtorno, como de possíveis estratégias de tratamento.
À medida em que o conhecimento sobre como os comportamentos humanos são estudados a luz da ciência, gradualmente são produzidas investigações experimentais para serem aplicadas em padrões comportamentais específicos. Nesse sentido, analistas do comportamento desenvolvem novos procedimentos e estratégias de intervenção para comportamentos que requerem atenção, tais como aqueles relacionados às habilidades acadêmicas, sociais e habilidades adaptativas.
Segundo Green (2001), do ponto de vista analítico-comportamental, o autismo é uma síndrome de déficits e excessos que podem ter uma base neurológica, mas que está, todavia, sujeita a mudança, a partir de interações construtivas, cuidadosamente organizadas com o ambiente físico e social. Isto significa, que na visão analítico-comportamental, mesmo comportamentos considerados inadequados, como os apresentados por indivíduos autistas, são modelados a partir do ambiente no qual o sujeito está inserido e são mantidos por suas consequências.
A Análise do Comportamento Aplicada – ABA, é definida como uma tecnologia que é aplicada em situações de vidas reais, onde comportamentos apropriados e inapropriados podem ser melhorados, aumentados ou diminuídos. Ela se utiliza de técnicas baseadas em princípios científicos do comportamento para construir repertórios socialmente relevantes e reduzir repertórios problemáticos de procedimentos, baseados em evidências para modificar tais comportamentos.
A Análise do Comportamento Aplicada, sempre se dedicou a identificar e controlar as variáveis que produzem comportamentos problema, nos mais diversos transtornos do desenvolvimento, e o mesmo tem sido feito em relação ao Transtorno do Espectro Autista.
No autismo, temos um espectro variadíssimo de sinais que podem ser observados. O funcionamento atípico deve estar presente antes dos três anos de idade, e as manifestações clínicas, variam amplamente em termos de níveis de gravidade.
É preciso observar problemas em três áreas mais amplas: comunicação; habilidades sociais e comportamentos restritos e repetitivos. Após discriminar os comportamentos à serem trabalhados, se planeja um programa de intervenção, que deve ser realizado de maneira intensiva entre 30 e 40 horas semanais, a depender da necessidade do indivíduo, por um período mínimo de dois a três anos, também dependendo do caso. Os métodos e estratégias utilizadas na ABA, não são baseadas em práticas aversivas para reduzir comportamentos indesejáveis, elas se sustentam em técnicas de reforçamento positivo, que são consequências que motivam e aumentam a probabilidade de comportamentos desejáveis e adequados ocorrerem novamente.
A busca por procedimentos de intervenção que sejam eficazes, socialmente relevantes e economicamente viáveis, é fundamental para o aperfeiçoamento do atendimento aos indivíduos com TEA. No treinamento baseado em ABA, busca-se ensinar habilidades que possam promover autonomia e independência ao indivíduo.
Portanto, faz parte do trabalho do analista do comportamento, a tarefa de preparar o ambiente de forma que novas habilidades possam ser ensinadas. O analista do comportamento investiga quais são as habilidades presentes (repertório do indivíduo) e quais são os pré-requisitos para se ensinar habilidades subsequentes.
Para que o ensino de novas habilidades seja efetivo, o analista do comportamento terá que estudar minuciosamente os procedimentos de ensino propostos pela Análise do comportamento Aplicada, adaptar individualmente cada procedimento à cada sujeito. Para ser considerada aplicada, uma intervenção deve focar comportamentos ou situações que são imediatamente importantes para o indivíduo.
O ensino de novas habilidades, tem como objetivo eliminar comportamentos indesejáveis. Para isso, é necessário discriminar os comportamentos a serem trabalhados pelo profissional, juntamente com a família, com base nas habilidades iniciais da criança, após a avaliação.
O envolvimento dos pais, de todas as pessoas que participam da vida do autista, é fundamental durante todo o processo.

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