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André Avlis

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Radialista, Cronista e Comentarista Esportivo!
Postada em 13/06/2019 07:50

BRASIL: A triste realidade do futebol por trás da fama

Após a primeira fase da Série D, vários times só voltarão a jogar em 2020. Retrato de outros tantos no nosso futebol.

Fama. Dinheiro. Holofotes. Vida de barão e moleza. Assim, algumas pessoas imaginam a vida de um jogador de futebol. Mas a realidade é outra e está muito longe disso tudo. Principalmente no Brasil.

É verdade que alguns conseguem um patamar maior. Mas não é a maioria. Esses que conseguem, são menos da metade. No entanto, se têm essa vida, fizeram por merecer, ralaram e trabalharam duro.

No Brasil, a realidade é dura para aqueles que são os chamados "Operários do futebol". Aqueles profissionais que não têm um calendário certo ou contratos longos.

Após o fechamento da primeira fase da Série D, a última divisão do nosso futebol, relatos comoventes vieram à tona. O zagueiro Audálio, do River-PI, relatou em suas redes sociais após a eliminação, que estava triste por estar desempregado e que ainda tem 10 bocas para alimentar em casa. O meia Ancelmo, do Altos, que também é do Piauí, desabafou ao falar da apreensão por não saber o que será do futuro. Eles são só dois, dos milhares que estão espalhados pelo país e na mesma situação.

Triste, mas real. Se fomos para os números a coisa piora. Só na Série D, foram 32 times desclassificados. Se colocarmos que em cada time 100 pessoas trabalham diretamente ou indiretamente, teremos 3.200 desempregados. Entre jogadores, comissão técnica, diretoria, funcionários e terceirizados. E esse número aumenta se colocarmos os times que disputam apenas o primeiro semestre ou apenas os estaduais. Ou seja, os números chegam a assustar se pensarmos que isso é o mínimo.

Mas isso pode mudar? Sim. Basta a CBF querer.

A valorização dos clubes seria o pontapé inicial. A melhoria no calendário é necessária. Campeonatos alternativos e atrativos poderiam ser criados para tirar vários clubes da inatividade. O atual é cruel demais e faz com que os times não invistam para o ano completo, pois não tem nada de atraente. Os mandachuvas precisam entender que não só a elite merece auxílio. A galera de baixo também necessita. Até mais que o "povo" de cima.

O lado humano deveria aflorar nessas horas. São pais de famílias que ficam sem ter o sustento de sua casa. A maioria, inclusive, com baixos salários. Como disse Audálio, vários sustentam sozinhos uma família. A apreensão toma conta dessas pessoas também. E não tem nada de glamour nisso. É um dever pensar numa melhoria e urgente. Quem tem a ganhar com isso é o futebol.

Portanto, para quem pensa que jogar bola são só flores, pode tirar o cavalinho da chuva. Tem muita gente que rala para ter o sustento. E muita gente que, infelizmente, não sabe do futuro. No futebol, não são milhares de Neymares, Messis ou Cristianos. São guerreiros, trabalhadores, verdadeiros sobreviventes. Que lutam a cada dia por uma condição melhor para eles e sua famílias. E espero, sinceramente que um dia isso mude. E aquilo que todo mundo acha, torne-se realidade.

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