Na capital da alegria, o que se viu foi desânemo. No lugar onde a Seleção se sente acolhida; vaias. Reflexo do mau futebol apresentado.

Ontem, nem se todos os santos ajudassem, dava jeito. Nem a força que vem do vizinho, o Dique de Tororó, onde oito orixás estão representados, desde 1998.

Um início de jogo empolgante. Aliás, boa parte do primeiro tempo foi dessa forma. Com volume de jogo, chances criadas, troca de passes, posse de bola, intensidade e uma postura agressiva. Parecia que a vitória e os gols sairiam de forma natural. Mas, só parecia. O bloqueio defensivo da Venezuela foi eficiente.

No segundo tempo, decepção. Tite fez algumas mudanças, em meu ver, infelizes. Tirou Casemiro para colocar Fernandinho, porque o camisa 5 tomou o cartão (mas, se ele toma no próximo jogo, está fora do mata-mata), estranho. Sacou Richarlison no intervalo, ele que criou e teve as boas chances no primeiro tempo. Deixou Firmino que estava disperso no jogo. E "protegeu" Coutinho, que pouco produziu. Demorou para colocar Everton, um dos que podem quebrar linhas na individualidade.

A consequência disso? Um time sem criatividade, um futebol sem brilho, sem o improviso. A criação de jogadas pouco existiu. Os gols saíram, mas foram anulados de forma correta com o auxílio do VAR. Porém, isso não apaga o terrível e pífio futebol mostrado. Foi difícil ver um time que poderia mostrar muito mais, demostrando ser um time comum.

É certo reconhecer a evolução técnica e tática da Venezuela. A proposta de jogo do time de Rafael Dudamel deu certo. Foi um time sólido na defesa, compacto e que dificultou ainda mais a vida do Brasil. Então, dá moral ao outro time também é necessário. Pois, a Seleção não jogou contra um monte de cones. Pelo contrário, enfrentou um time super organizado. 

Portanto, se não houver mudanças para a próxima partida, vamos ver o mesmo filme novamente. Quase que um "Vale a pena ver de novo". Não dá para cometer os mesmos erros da Copa passada e se agarrar a ideias que não estão funcionando. O Tite, que já não é unanimidade, terá esse problema. Que aliás, já tem uma solução, basta querer ver. Que ele consiga essa evolução que tanto fala e é cobrado. Porque não dá para ver o "país do futebol" com essa pobreza de futebol. Esperemos.