Dólar hoje 5,204
22° C em Arapiraca, AL Tempo nublado
Valdenice Guimarães

Sobre o autor

Valdenice Guimarães: É Psicóloga Comportamental, Historiadora, Escritora, Palestrante, Psicóloga especialista em Terapia de Casal. Pós-graduada em Teorias e Técnicas Comportamentais: Educação, Pesquisa e Terapia. CRP/153816
Postada em 10/06/2018 14:50 | Atualizada em 10/06/2018 14:51

Superação em período de crise

O ambiente nem sempre facilita a vida das pessoas

A história da humanidade, é mesclada por períodos de abundância e por períodos de crise.

Desde a era primitiva até a contemporaneidade, o homem empreende uma luta diária para sobreviver. Na época primitiva, o ambiente era hostil e com uma grande escassez de alimentos. Os povos viviam da caça de animais, da pesca e da coleta de frutos e raízes. Eram nômades. Enquanto havia alimentos, ficavam em um lugar específico, mas quando esses alimentos terminavam, migravam para outros lugares em busca de melhores condições de adquirir alimentos. Era uma vida difícil. Portanto, desenvolver habilidades para se adaptar e produzir ferramentas para intervir no ambiente, auxiliando no enfrentamento das dificuldades ambientais, era fundamental para sobreviver.

Numa época com pouquíssimos recursos, a colaboração entre os indivíduos do grupo foi de fundamental importância, pois tinha valor de sobrevivência. Os sujeitos juntos tinham uma facilidade maior de encurralar e capturar a presa, isto é, o animal feroz que serviria de alimento para todos no grupo. Usavam ferramentas feitas de ossos de animais e pedras. À época, tanto os instrumentos fabricados como os alimentos adquiridos, eram de todos, eram de uso coletivo. No grupo, aquele homem que demonstrava uma habilidade maior de planejamento e de coragem, se destacava e passava a ser uma liderança natural, aceita por todos.

À medida que o ambiente foi mudando, novas demandas ambientais foram surgindo. Adaptar-se às mudanças era primordial para se manter vivo.

Com o surgimento da agricultura, os povos passaram a ter uma moradia fixa e um controle maior dos alimentos necessários para todos. Nesse momento, o grupo não estava a mercê do ambiente, agora, juntos, eles plantavam e colhiam seu próprio sustento. Trabalhar em coletividade continuava sendo muito importante para o homem. A presença de um líder também era necessário, um homem que fosse habilidoso em administrar os recursos do grupo em momentos de fartura, como também em administrar os recursos em momentos de crise.

Atualmente, ainda constatamos esse tipo de comportamento entre os sertanejos alagoanos, menos favorecidos.

Como isso ocorre?

Vários donos de terra se juntam para ajudar o plantio na terra do vizinho. Quando termina o plantio no terreno de um homem, vão fazer a plantação no terreno do outro, e assim fazem até que as plantações de todos estejam realizadas. Isso também ocorre no período da colheita. Trabalhar em coletividade, continua sendo o diferencial para a sobrevivência do indivíduo e do grupo.

Burrhus Frederic Skinner, o maior expoente da Análise do Comportamento, no livro intitulado “Ciência e Comportamento Humano, confirma a nossa afirmativa quando declara: “Os homens agem sobre o mundo, modificando-no e são, por sua vez modificados pelas consequências de sua ação. ” Essa premissa é válida para qualquer período histórico, desde o aparecimento dos seres humanos na Terra até os dias atuais.

A história da humanidade é dividida em: idade antiga; idade média; idade moderna e idade contemporânea.
Compreendemos que os acontecimentos relatados até aqui, aconteceram em todas as épocas. Em cada período histórico, ocorreram momentos de desenvolvimento e ascensão de impérios, ou seja, períodos de glórias e conquistas. Mas, aconteceram também períodos de declínios e crises, ocasionando quedas de grandes impérios, mas não iremos descrever sobre eles. Só precisamos saber a importância do grupo na vida dos indivíduos.

Em relação à natureza, acontecem intempéries climáticas, que são instabilidades fora do padrão tido como condições ideais para o homem sobreviver. As tragédias ligadas aos desastres na natureza são: tempestades; terremotos; maremotos; furacões; Ciclones; tufão; seca; inundações e erupções vulcânicas, que causam alterações no ambiente.

Nesses acontecimentos, o comportamento social e cooperativo, continua sendo essencial para a sobrevivência do indivíduo e do grupo.
Numa sociedade acontecem crises políticas, econômicas e sociais, tanto em nível macro como em nível micro, afetando diretamente à vida dos indivíduos.

Na crise, ocorrem prejuízos e sofrimentos tanto para um grupo social, como para o indivíduo. De modo particular, pode afetar o sujeito em suas relações familiares, amorosas, profissionais e de amizades.

Sendo assim, o que fazer diante da crise?

Os períodos de crise exigem uma maior capacidade de planejar estrategicamente soluções dentro das relações ambientais. Em momentos de crise, o sujeito necessita de uma capacidade de avaliar as possibilidades para decidir de modo assertivo uma melhor escolha. Mais que isso, o período de crise vai exigir do indivíduo uma maior capacidade de identificar suas habilidades e também identificar suas inabilidades para desenvolvê-las, isso requer esforço e empenho.

Embora saibamos que, muitas vezes, o mais fácil é esperar na fé, sem agir. É verdade, esperar na fé requer um baixo custo de resposta. Esse comportamento é estimulado no sujeito quando este possui pais e/ou amigos religiosos ou quando faz parte de uma denominação religiosa. Nesse último caso, o sujeito sofre influências do grupo religioso o qual faz parte. Esse comportamento de esperar que algo divino interceda, forma pessoas frágeis, vulneráveis e medrosas.

Pessoas que têm um comportamento limitado, diante de uma crise, a tendência é paralisar, o que pode desencadear um processo de adoecimento.

Quando o grupo se comporta agindo e enfrentando situações de crise, no sentido de encontrar soluções para superar as dificuldades, auxilia bastante o sujeito, pois serve como modelo de superação.

Como a convivência em grupo favorece a sobrevivência?

Um bom exemplo, foi o que aconteceu na greve dos caminhoneiros.

Não focaremos se foi bom ou ruim nem se foi certo ou errado.

Iremos relatar o comportamento colaborativo entre a população e os motoristas. Foi amplamente divulgado na mídia, as pessoas levando água, comida e material de higiene para os motoristas que estavam a dias parados nas rodovias, ou seja, a população se uniu e dentro do possível, auxiliou esses homens a se manterem firmes na reivindicação dos seus direitos. Veja, o mesmo comportamento emitido entre o povo primitivo para auxiliar a sua sobrevivência, nesse momento da greve as pessoas emitiam, no sentido de conseguir um bem comum a todos.

Sabemos, portanto, que o aparato comportamental de uma pessoa é que vai determinar o nível de enfrentamento do problema ou da crise. Quando o sujeito tem um repertório comportamental amplo, ele compreende que será difícil, que pode até demorar alcançar o objetivo ou superar as dificuldades, mas sabe também que com esforço e persistência é possível visualizar a superação e conseguir dá a volta por cima.

Desse modo, com disciplina; planejamento; esforço e coragem, é possível superar as crises que possam surgir na vida. Mas, isso é aprendido e essa aprendizagem deve iniciar desde a mais tenra idade do sujeito.

O site Todo Segundo não se responsabiliza pelos conteúdos publicados nos blogs dos seus colaboradores.
7 Comentários
Os comentários abaixo são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Todo Segundo ou de seus colaboradores.

Utilize o formulário abaixo para comentar.

Ainda restam caracteres a serem digitados.
*Marque Não sou um robô para enviar.

Compartilhe nas redes sociais:

Utilize o formulário abaixo para enviar ao amigo.


Instagram