Dólar hoje 5,918
28° C em Arapiraca, AL Parcialmente nublado
André Avlis

Sobre o autor

Radialista, Cronista e Comentarista Esportivo!
Postada em 27/05/2020 07:46 | Atualizada em 27/05/2020 11:11

FUTEBOL/CORONAVÍRUS: Desconexão com a realidade, politicagem, soberba e insensibilidade

Alguns clubes brasileiros estão voltando e voltaram a treinar em meio a ameaça do país se tornar epicentro de uma Pandemia. Nas últimas 24h, foram registradas 1039 mortes.
Foto: Uol Esportes

 Um assunto repetitivo. Contudo, pertinente e necessário.

A um passo de se tornar epicentro de uma Pandemia - para alguns especialistas já é. O Brasil vê uma grande briga para a volta do futebol. Divergências de ideias e opiniões. Bom senso e a total falta dele.

O Brasil, nas últimas 24h registrou 1039 mortes em decorrência da Covid-19. Sendo, agora, o país com mais óbitos pela doença em um dia. Até o momento, são 24.549 mortes; 392.360 confirmados e 158.593 recuperados. Números que pode ser maior, por conta da subnotificação e falta de testes, dizem os especialistas. Os dados são do Ministério da Saúde.

Tais números alarmantes parecem não surtir efeito na consciência de alguns que fazem o futebol brasileiro. É algo, realmente, impressionante.

Nos principais centros do nosso futebol, alguns clubes já retornaram suas atividades. De forma equivocada, em meu ver. A exemplo de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Segundo os clubes, todo um protocolo de segurança está sendo adotado para tal retorno.

No entanto, algumas situações, condutas e atitudes chamam atenção.

Primeiro, lá no Sul. Quando em um dia, um decreto não autorizava a volta dos trabalhos em Porto Alegre e logo após articulações com as autoridades políticas, como passe de mágica as opiniões mudaram e Inter e Grêmio retornaram ao trabalho.

Em Minas, as mais divergentes ideias aconteceram - principalmente com a Prefeitura de Belo Horizonte. Porém, o retorno aconteceu nos últimos dias.

No Paraná, a decisão de não volta foi mantida pela Secretaria Estadual de Saúde, porém, há alguns dias o Coritiba voltou a treinar sem autorização. Em Santa Catarina, o Avaí foi o primeiro a retornar, seguido logo após dos outros clubes.

E no "olho do furacão", está o Rio de Janeiro. Reunião com o Presidente da República e logo após treino sem autorização (o Flamengo); divergências e acusações entre presidentes de clubes; responsabilidade jogada para as instituições; decreto mudado após articulações e reuniões. E, principalmente, soberba.

É notório que para algumas pessoas o futebol está acima de qualquer coisa. Pelo simples fato do seu poder econômico, do lucro que proporciona. Ou seja, dentre todos os aspectos e desculpas que os 'cartolas' citam, a saúde e a vida nunca vêm em primeiro lugar.

A desconexão com a realidade é gritante e alarmante. O tal "mundo paralelo" que venho citando. Ainda mais quando se mistura a política. Onde tal junção é carregada por interesses pessoais e institucionais. O velho e conhecido egoísmo de sempre.

De outro lado vem a soberba e falta de sensibilidade. Uns que mandam, num dia, embora funcionários - por "cotação de despesas" - e no outro gastam milhões com aparelhagem e salários. A chamada ganância instalada no nosso futebol. Onde o senso de humanidade passa longe. Triste, mas real.

Tão real quanto opinião permanente que tenho. Da não necessidade de tal retorno. Da imbecilidade de tal volta. E de saber que, infelizmente, vidas são menos importantes que o futebol. Lamentável.

O site Todo Segundo não se responsabiliza pelos conteúdos publicados nos blogs dos seus colaboradores.
Comentários

Utilize o formulário abaixo para comentar.

Ainda restam caracteres a serem digitados.
*Marque Não sou um robô para enviar.
Compartilhe nas redes sociais:

Utilize o formulário abaixo para enviar ao amigo.


Instagram