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Valdenice Guimarães

Sobre o autor

Valdenice Guimarães: É Psicóloga Comportamental, Historiadora, Escritora, Palestrante, Psicóloga especialista em Terapia de Casal. Pós-graduada em Teorias e Técnicas Comportamentais: Educação, Pesquisa e Terapia. CRP/153816
Postada em 24/09/2018 14:22

Psicologia Comportamental no combate ao suicídio

O suicídio é uma prática presente no comportamento humano desde a época primitiva até a modernidade. Sabemos que no suicídio não existe uma única causa, ele é o resultado de fatores biológicos, genéticos, psicológicos e ambientais, ou seja, os fatores implicados nesse comportamento são multideterminantes.

Algumas vezes as pessoas costumam relacionar o comportamento suicida diretamente a doenças biológicas ou a causas sobrenaturais. A ciência afirma que essa premissa não é verdadeira. É possível afirmar, com os estudos realizados em torno desse comportamento, que o aparato biológico do sujeito atrelado a um repertório comportamental limitado e as variáveis culturais que reforçam tal comportamento, afetam o indivíduo e possibilitam à ação do suicídio.

O movimento do “Setembro Amarelo” é mundial, ocorre no Brasil desde 2014 e tem como objetivo chamar a atenção de todos para a prevenção ao suicídio.

Alguns manuais de prevenção ao suicídio o conceituam como um fenômeno complexo que envolve múltiplas causas e afeta tanto suas vítimas como os familiares. Ele representa uma das maiores preocupações da nossa sociedade, pois se tornou um problema de âmbito social, atingindo todas as camadas da sociedade e, já é considerado como um problema de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde. Os casos de suicídio chegam a ser maiores que mortes por acidentes de trânsito, homicídios e guerras.

Anualmente, em média de 10 a 20 milhões de pessoas no mundo fazem tentativas de suicídio, e estima-se que a cada 40 segundos uma pessoa chega a consumar o ato no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem uma projeção que de 2003 até 2020 aproximadamente 153 milhões de pessoas morrerão devido ao suicídio.

A premissa mais importante do organismo é preservar a vida. Sendo assim, o que leva a pessoa a tirar sua própria vida?

A Psicologia Comportamental discute o suicídio de forma objetiva, a partir de aspectos funcionais do comportamento, investigando a história de vida do indivíduo e os fatores biológicos envolvidos nesse processo. Sendo assim, é preciso compreender as contingências presentes desde a sua instalação até a manutenção desse comportamento que leva o sujeito a tirar a sua própria vida como única solução para solucionar os seus problemas.

Todos os dias as pessoas lidam com situações aversivas e necessitam administrar de modo satisfatório as dificuldades que possam surgir. Para isso, é primordial um repertório comportamental amplo que auxilie na resolução dos problemas. A depender da falta de habilidade, elas podem maximizar esses problemas, afetando o organismo de tal forma que a única saída que o indivíduo enxerga é o suicídio.

É possível discriminar alguns fatores de risco para o indivíduo cometer suicídio. São eles: Problemas familiares; histórico familiar de suicídio; enfermidades graves; doenças terminais e problemas econômicos. Algumas psicopatologias também estão nesse grupo de risco. Como: Depressão; bipolaridade e esquizofrenia.

A falta de repertório comportamental leva o sujeito a não conseguir adaptar-se de forma adequada às situações difíceis da vida, levando-o a desencadear algumas psicopatologias como a depressão, bipolaridade e esquizofrenia que estão relacionadas com o suicídio. Outro comportamento que pode levar o sujeito a cometer suicídio é o uso de drogas.

Para a prevenção ao suicídio é necessário a inserção de novos padrões de comportamento. A Psicologia Comportamental direciona as ações do indivíduo a ensaios comportamentais que auxiliam ele e sua família a uma interação com o ambiente de modo a favorecer uma mudança efetiva, instando e mantendo comportamentos tidos como “adequados”, além de oferecer modelos de vida adaptativos e saudáveis especialmente com crianças e adolescentes.

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