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Polícia
Postada em 25/10/2016 14:18 | Atualizada em 25/10/2016 19:05 | Por Todo Segundo

Motociclista dá versão oposta à da PM sobre jovem morto na PB

Universitário alagoano morreu na última sexta-feira, 21, após ser baleado por policial militar em João Pessoa
Motociclista dá versão oposta à da PM sobre jovem morto na PB - Foto: Divulgação
Do Todo Segundo com G1 PB

O homem que pilotava a motocicleta que levava o universitário Alagoano Cícero Maximino da Silva Júnior, 21 anos, morto após ser baleado por um policial militar em um blitz em João Pessoa, em Paraíba, prestou depoimento à Polícia Civil na noite de segunda-feira (24).

De acordo com o delegado Reinaldo Nóbrega, que investiga o caso, a versão da testemunha é totalmente antagônica à "ação de defesa" citada pela Polícia Militar. “Temos duas versões totalmente opostas, precisamos agora encontrar a verdade real”, explicou.

Cícero foi atingido por um tiro no pescoço quando passava por uma blitz na Avenida João Maurício, na orla da praia de Manaíra, em João Pessoa, na sexta-feira (21). A Polícia Civil assumiu a investigação e aguarda imagens de câmeras de segurança da região que possam ajudar a entender como tudo aconteceu. O amigo do jovem morto pela PM já tinha negado o porte de arma e diz que não viu a blitz.

Segundo o delegado, após colher os depoimentos do policial militar e do motociclista, a Polícia Civil aguarda resultados de exames periciais e espera recolher imagens de câmeras de segurança. “Ainda estamos na aposta de recolher imagens de câmera de segurança das residências da localidade. Estamos empenhados nisso, porque sabemos que vai ajudar bastante. Então, a gente acredita que nos próximos dias a gente vai ter uma solução sobre o caso”, avaliou.

O motociclista negou que ele ou Cícero Júnior portassem a arma de fogo no momento da ocorrência e afirmou que só percebeu que havia uma blitz quando notou que o amigo, que seguia no passageiro, havia caído do veículo. “Ele explicou que o movimento de veículos estava intenso, por conta do horário, cerca de seis ou sete horas da noite. Ele então pegou o ‘corredor’ e desviou do trânsito. Alguns metros depois, ele escutou um barulho, que não achou que fosse um disparo, sentiu a moto balançar e em seguida o vazio no veículo”, comentou o delegado. Ainda de acordo com a testemunha, alguns ônibus de turismo, parados no local, prejudicaram a visão no sentido de perceber a presença da Polícia Militar.

Ainda de acordo com Reinaldo Nóbrega, o motociclista explicou que só detectou a blitz quando voltou para ajudar o amigo que havia caído da moto. Até então, o rapaz que guiava o veículo achava que Cícero Maximino havia se desequilibrado e caído da moto. “Após parar a moto e voltar para ajudar o amigo, ele viu que os policiais colocaram o universitário na viatura e socorreram para o Hospital de Trauma. Ele chegou a ser indagado pela polícia se não tinha visto a blitz, mas afirmou que só avistou quando voltou para buscar o Cícero”, explicou o delegado.

Sobre a arma, Reinaldo Nóbrega explica que o motociclista nega categoricamente que a arma de fogo não esteve em nenhum momento sob sua posse ou do Cícero. “No depoimento, ele explicou que não sabe nem manusear arma de fogo e que Cícero nunca havia comentado nada sobre armas ou apresentado algum revólver a ele”. A arma atribuída ao caso pela polícia foi encontrada no local da ocorrência, embaixo de um carro que estava estacionado na orla de Manaíra.

“O revólver foi encontrado pela polícia após uma ligação de uma pessoa ao Ciop. A arma foi encontrada após a polícia prestar socorro ao Cícero. Uma equipe foi até o ponto onde a blitz acontecia, recolheu a arma e foi orientado pelo comandante a levá-la até a delegacia”, complementou Reinaldo Nóbrega, responsável por ouvir o motociclista.

O motociclista foi ouvido na condição de testemunha. De acordo com Nóbrega, o depoimento da testemunha não ajudou a esclarecer o caso, mas “tornou ainda mais obscura toda a situação”. A Polícia Civil aguarda o resultado das perícias no local do disparo, do laudo necropsial, da análise da arma que foi apreendida para saber se ela chegou a ser usada em alguma ocasião.

“Não é vítima, nem acusado. É uma testemunha chave para a solução desse caso. Ele se mostrou à disposição para se for o caso renovar o depoimento, se lembrar alguma coisa, vai retornar à delegacia ou até mesmo em juízo”, concluiu o delegado titular de Homicídios. O policial militar autor do disparo prestou depoimento no dia da ocorrência, assim como sua guarnição.



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