Os amantes e fazedores de arte não têm data. Apaixonados pela dança, estilismo e, acima de tudo, pelo público, os grupos culturais que participaram da Parada Natalina do “Natal para toda família”, aproveitaram os dias de desfile para reinventar o próprio espetáculo.

Esse foi o caso da quadrilha junina Vale do Mandacaru, que brilhou no São João 2022. “Para mim, como coreógrafo, é um prazer poder elaborar coreografias voltadas a essa temática, e um desafio, pois a quadrilha é voltada para o mês Junino e poder se jogar em novas aventuras é uma sensação sem igual”, disse o líder do grupo, Moisés Damasceno.

Ao todo, seis grupos culturais participaram da Parada Natalina entre os dias 21 e 25 de dezembro: grupos Tradição Junina, quadrilha Vale do Mandacaru, quadrilha Renascer do Sertão, quadrilha Canarraiá, quadrilha Dona Ciça e o grupo Cia Fulô do Mandacaru.

O grupo Vale do Mandacaru levou a anunciação do nascimento de Jesus Cristo ao Bosque das Arapiracas, e por isso o figurino e a coreografia foram baseadas em anjos. “O processo de criação de coreografias é todo pensando na temática de Natal, nesse clima de Paz e renascimento de Jesus Cristo, em que as coreografias levam movimentos voltados ao catolicismo da época como também coreografias sincronizadas com as bandas fanfarras”, explicou.

Assim como os integrantes do Vale do Mandacaru, a Companhia Fulô do Mandacaru também passou por um intenso processo criativo para as festividades no Bosque. “A preparação foi muito intensa, porque tive que reunir em tão pouco tempo todo o elenco, tanto na parte da Parada Natalina, quanto no espetáculo ‘Uma Noite de Natal’. Eu sou uma pessoa que gosta de estudar e pesquisar o que será apresentado, então, me inspiro muito nos trabalhos de Garanhuns e de Gramado, onde aprendo o quão o natal é mágico para as pessoas”, disse o organizador do grupo, Henrique Avlis.

Segundo Henrique, a recepção calorosa das milhares de pessoas que prestigiaram o desfile fez todo o trabalho valer a pena. “O acolhimento, o brilho nos olhos, a emoção de ver algo que, para nós, estava muito distante, e a realização de mostrar que nós, arapiraquenses, somos artistas que se reinventam e que acreditam no poder da arte, pois é através dela que nós existimos. Só temos a agradecer pelo o projeto, e por estar incentivando a arte nas pessoas”, afirmou.