Uma mulher de 43 anos, natural de Maceió, foi internada em um hospital particular da capital alagoana com suspeita de intoxicação por metanol, uma substância altamente tóxica que pode causar graves danos à saúde e até levar à morte. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), na tarde desta quarta-feira (8).

De acordo com as informações preliminares, a paciente permanece internada, mas até o momento não há detalhes sobre o quadro clínico nem sobre quando ela deu entrada na unidade hospitalar. A Sesau informou que o caso está sob investigação e que amostras biológicas serão coletadas e enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública de Alagoas (Lacen), responsável por encaminhar o material para análise no Laboratório de Toxicologia da Polícia Científica.

“O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde segue em permanente monitoramento, visando esclarecer eventuais casos suspeitos e comunicá-los às autoridades competentes”, destacou a Sesau em nota oficial.

O caso em Alagoas surge em meio a um alerta nacional sobre a presença de metanol em bebidas alcoólicas comercializadas de forma irregular. De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, já foram mais de 225 casos notificados em todo o país, o que tem levado as autoridades sanitárias a intensificarem a fiscalização e as campanhas de orientação ao público.

O metanol é um tipo de álcool industrial utilizado em combustíveis, solventes e produtos químicos, não próprio para consumo humano. A ingestão, mesmo em pequenas quantidades, pode causar cegueira, insuficiência renal, coma e morte.

Diante da suspeita registrada, a Sesau orientou as Vigilâncias Sanitárias dos 102 municípios alagoanos a reforçarem as inspeções em bares, restaurantes, supermercados e estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas, especialmente destiladas.

A pasta estadual também ressaltou que a fiscalização da industrialização das bebidas é competência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ligado ao Governo Federal.

Como medida de prevenção, a Sesau alerta os consumidores para que comprem apenas bebidas de fabricantes legalizados, com nota fiscal e selo de procedência, evitando produtos de origem duvidosa.

“No tocante ao princípio da precaução e visando à proteção da saúde da população, orientamos que, em caso de suspeita, o produto não seja consumido. Caso surjam sintomas de intoxicação após o consumo de bebidas destiladas, o cidadão deve procurar imediatamente o serviço de pronto atendimento mais próximo”, reforça a Secretaria.

Entenda os riscos

O metanol é frequentemente utilizado em falsificações de bebidas alcoólicas devido ao baixo custo. No organismo, ele se transforma em formaldeído e ácido fórmico, substâncias extremamente tóxicas que afetam o sistema nervoso e órgãos vitais. Os sintomas podem incluir dor de cabeça, náusea, tontura, visão turva e dificuldade respiratória, evoluindo rapidamente para quadros graves.