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Alagoas
Postada em 23/07/2025 22:15 | Atualizada em 24/07/2025 10:31 | Por Todo Segundo

Operação prende advogadas que fraudavam idosos em Alagoas e outros estados

Esquema usava escritórios de fachada para aplicar golpes; prejuízo pode ultrapassar R$ 30 milhões
Operação Entre Lobos desarticula esquema de fraudes contra idosos em Alagoas e outros estados - Foto: MP/SC

Uma megaoperação nacional coordenada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) revelou a atuação de uma organização criminosa especializada em fraudes contra idosos por meio da cessão de créditos judiciais. Batizada de Operação Entre Lobos, a ofensiva foi deflagrada na terça-feira (22), e teve desdobramentos em cinco estados brasileiros, incluindo Alagoas, onde também foram cumpridos mandados de busca e apreensão.

A atuação da organização foi confirmada em Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul, Bahia e Alagoas, com ramificações em outros estados, como o Paraná. Até o momento, foram identificadas 215 vítimas, a maioria com idade média de 69 anos. O Ministério Público estima, no entanto, que o número real de pessoas lesadas ultrapasse mil vítimas em todo o país.

Em Fortaleza (CE), duas advogadas e o marido de uma delas foram presos preventivamente por participação ativa no esquema. Os mandados foram cumpridos com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) do Ceará. Somente no estado cearense, foram expedidos oito mandados de busca e apreensão, e as autoridades investigam três escritórios de advocacia e duas empresas diretamente envolvidas na fraude.

De acordo com o Ministério Público, a quadrilha utilizava empresas e escritórios de fachada para captar vítimas — em sua maioria aposentados e pessoas em situação de vulnerabilidade — oferecendo serviços jurídicos fictícios, como supostas revisões de contratos bancários. Sem pleno conhecimento da situação, as vítimas assinavam contratos de cessão de crédito por valores muito inferiores aos que realmente teriam direito a receber judicialmente.

Alagoas figura entre os estados em que a quadrilha atuava com ramificações diretas. Ainda não foram divulgados detalhes locais das diligências, por questões estratégicas, mas fontes do MP apontam que parte dos recursos desviados também passou por empresas com sede ou atuação no estado. A estimativa é de que mais de mil pessoas tenham sido vítimas do esquema em todo o país, a maioria com idade avançada.

Segundo o MP de Santa Catarina, dos mais de R$ 5,1 milhões liberados judicialmente, apenas cerca de R$ 500 mil chegaram às mãos dos idosos lesados. O restante foi repartido entre os integrantes da organização criminosa por meio de um intrincado sistema de repasses e lavagem de dinheiro. Planilhas apreendidas revelaram um sofisticado controle interno, com divisão de lucros, repasses entre envolvidos e detalhamento de despesas, confirmando a estrutura profissional da quadrilha.

A organização utilizava a fachada de instituições como o Instituto de Defesa do Aposentado e Pensionista (IDAP). A página simulava um ambiente de apoio jurídico na internet, mas servia exclusivamente para atrair vítimas ao esquema fraudulento.

Diante do alcance nacional do golpe, o Ministério Público orienta que qualquer pessoa que se identifique como vítima procure imediatamente a Delegacia da Polícia Civil mais próxima para registrar boletim de ocorrência. Os casos serão encaminhados aos promotores responsáveis nos respectivos estados.

A operação resultou na expedição de treze mandados de prisão e no cumprimento de trinta e cinco mandados de busca e apreensão em diferentes regiões do país. As autoridades também determinaram o bloqueio de até trinta e dois milhões de reais em contas bancárias e a apreensão de vinte e cinco veículos utilizados pelos investigados.

Durante a investigação foram identificadas planilhas de controle financeiro detalhando a divisão de lucros, comissões pagas, investimentos e despesas, revelando a partilha de proveitos ilícitos entre os envolvidos. Também foram coletados registros de procurações e substabelecimentos que indicam a transferência de poderes de representação entre os criminosos que extrapolavam a função de advogado e as empresas. VEJA A SEGUIR:

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