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Justiça
Postada em 11/11/2025 18:19 | Atualizada em 11/11/2025 18:29 | Por Todo Segundo

Acusado de matar homem na porta de hospital é condenado a mais de 19 anos

Além do autor dos disparos, piloto da motocicleta usada na fuga também foi condenado
Tribunal do Júri da 4ª Vara Criminal de Palmeira foi presidido pelo juiz Christiano Sibaldo - Foto: Todo Segundo

O Tribunal do Júri da 4ª Vara Criminal de Palmeira dos Índios condenou, nesta terça-feira (11), Talisson Romero França, conhecido como “Nesquita”, e Matheus Guilherme Leite a 19 anos e 3 meses de prisão em regime fechado pelo assassinato de Marcos Henrique de Barros, de 27 anos, o “Orelha” ou “Louco”. O julgamento foi presidido pelo juiz Christiano Sibaldo.

O crime ocorreu em 11 de janeiro de 2023, em frente ao Hospital Regional Santa Rita, e chocou a população pela frieza e audácia da execução em plena via pública, à luz do dia.

De acordo com a sentença, ficou comprovado que “Nesquita” foi o executor dos disparos que vitimaram Marcos Henrique, contando com a participação direta de Matheus Leite, responsável por conduzir a motocicleta usada na fuga.

Ambos foram considerados culpados por homicídio qualificado por motivo torpe e emboscada, atendendo à tese apresentada pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL), representado pelo promotor João Bomfim.

O júri rejeitou, porém, a acusação de tentativa de homicídio, ocorrida em 30 de dezembro de 2022, apenas 12 dias antes do assassinato de Marcos Henrique, por falta de provas, conforme recomendação do próprio MP.

Durante o julgamento, “Nesquita” compareceu presencialmente ao Fórum de Palmeira dos Índios, enquanto Matheus Leite participou por videoconferência.
Segundo informações apuradas, Matheus reside atualmente no Paraná e foi comunicado da condenação de forma remota.

As defesas de Talisson Romero França e Matheus Leite, representadas respectivamente pelos advogados Thais Martins e Raimundo Pereira, alegaram falta de provas da materialidade do crime e pediram a absolvição dos réus, mas os jurados acolheram a tese do Ministério Público.

Segundo o processo, Talisson aguardou a saída de Marcos Henrique do hospital — onde ele estava internado para retirar uma bala alojada no corpo após uma troca de tiros 12 dias antes — e disparou várias vezes contra a vítima logo após sua alta médica.

Os tiros atingiram as paredes e a porta do hospital, gerando pânico entre pacientes e funcionários, mas ninguém além da vítima foi ferido.

Imagens do sistema de videomonitoramento da cidade flagraram a fuga dos assassinos e foram fundamentais para identificar “Nesquita” como o autor dos disparos. Ele foi capturado cinco meses depois, em Maceió, no bairro Cidade Universitária, onde se escondia na casa de familiares.

A denúncia do Ministério Público apontou que o homicídio foi motivado por disputas ligadas ao tráfico de drogas em Palmeira dos Índios.

Segundo a investigação, “Nesquita” teria agido a mando de Alex Tavares Jacinto, o “Barão do Tráfico”, então considerado líder de uma organização criminosa atuante na região.

Meses depois, em outubro de 2023, Alex Tavares foi executado a tiros no bairro Vila Maria, em um episódio que a polícia acredita estar relacionado à mesma guerra entre grupos criminosos. 

A decisão foi recebida com alívio e sensação de justiça entre familiares da vítima e moradores da cidade, que acompanharam o caso desde o início.

Imagens do sistema de videomonitoramento flagraram a fuga dos assassinos

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