Dólar hoje 5,377
22° C em Arapiraca, AL Tempo nublado
Justiça
Postada em 09/10/2025 09:38 | Atualizada em 09/10/2025 09:47 | Por Todo Segundo

Começa o júri de fazendeiro acusado de mandar matar o empresário Grilo

Fernando Medeiros participa de forma online do julgamento realizado em Maceió
Começou o júri de fazendeiro acusado de mandar matar o empresário Grilo em Maceió - Foto: Todo Segundo

O Tribunal do Júri de Maceió deu início, nesta quinta-feira (9), ao julgamento do fazendeiro Fernando Medeiros, apontado pelo Ministério Público como mandante do assassinato do empresário Jair Gomes de Oliveira, conhecido como Grilo, ocorrido em novembro de 2010, em Palmeira dos Índios, Agreste de Alagoas.

Esta é a terceira vez que Medeiros é julgado pelo mesmo crime. O fazendeiro participa da sessão de forma online, por videoconferência.

A sessão presidida pelo juiz José Eduardo Nobre Carlos, acontece no Fórum do Barro Duro, sob forte expectativa e presença de familiares e amigos da vítima, que acompanham o caso há quase 15 anos. A nova data foi marcada após o adiamento do júri anterior, em setembro, quando a ausência do promotor impediu o prosseguimento da sessão.

Nas duas ocasiões anteriores, Fernando Medeiros chegou a ser condenado — a 18 anos de prisão, em 2020, e a 17 anos e seis meses, em 2023 —, mas ambas as sentenças foram anuladas após recursos da defesa. O fazendeiro nega participação no crime e responde em liberdade.

O caso, que se arrasta há quase uma década e meia, tornou-se um dos mais emblemáticos do Agreste alagoano, marcado por disputas judiciais, anulações e pela dor da família da vítima, que cobra uma decisão definitiva.

Às vésperas do novo julgamento, Thaísa Freitas, filha de Grilo e advogada, usou as redes sociais para expressar a fé e o cansaço diante da longa espera: “A gente espera muito na justiça do Senhor, porque Ele é quem nos sustenta. Mas o Poder Judicial também precisa agir. E os nossos olhos precisam ver a justiça na Terra acontecer.” Disse.

Em outro trecho, ela reforçou: “Mais uma vez estaremos diante da Justiça, firmes e confiantes. Nossa família segue sustentada pela fé e pela esperança na justiça do Senhor. Mas também acreditamos que a justiça dos homens precisa agir.” Completou.

A fala emocionada de Thaísa resume o sentimento de exaustão e perseverança de quem há quase 15 anos busca o desfecho do caso.

O crime

O assassinato aconteceu em novembro de 2010, em frente ao Colégio Cristo Redentor, no centro de Palmeira dos Índios. Grilo se preparava para assistir a uma partida de futebol quando foi surpreendido por dois homens em uma motocicleta e atingido com quatro tiros na cabeça.

Os executores foram condenados em 2014 após confessarem o crime:

• Manoel Araújo (“Mané”) — autor dos disparos;

• Gilberto Bispo (“Beto”) — piloto da moto usada na execução.

Segundo as investigações, o crime teria sido encomendado por Fernando Medeiros, apontado como o mandante do homicídio por motivação pessoal e financeira.

A sessão

O julgamento, iniciado nesta quinta (9), deve se estender por várias horas, com a oitiva de testemunhas e os debates entre acusação e defesa.

Para a família de Grilo, o momento representa mais uma tentativa de encerrar um ciclo de dor e impunidade que atravessa gerações.

“São quase 15 anos de espera. O que a gente mais quer é justiça”, desabafou um familiar ao chegar ao Fórum.

Comentários

Utilize o formulário abaixo para comentar.

Ainda restam caracteres a serem digitados.
*Marque Não sou um robô para enviar.
Compartilhe nas redes sociais:

Utilize o formulário abaixo para enviar ao amigo.


Instagram