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Saúde
Postada em 09/09/2019 08:12 | Por Todo Segundo com Agência Brasil

Novo estudo mostra que erradicação da malária será possível até 2050

Hoje, mais da metade dos países estão livres da malária
Um futuro livre de malária pode ser alcançado tão cedo como em 2050 - Foto: Portal Biologia/divulgação

A erradicação global da malária, uma das doenças mais antigas e mortais do mundo, pode ser alcançada até 2050, mostra novo estudo publicado nesta segunda-feira (9) pela comissão para a malária da revista científica The Lancet.

"Um futuro livre de malária pode ser alcançado tão cedo como em 2050", diz o estudo, de autoria de 41 dos principais especialistas mundiais em malária, ciências biomédicas, economia e políticas de saúde.

A pesquisa mostra as evidências científicas, combinando-as com novas análises epidemiológicas e financeiras que demonstram que - com as ferramentas e estratégias certas e o financiamento adequado - a erradicação da doença é possível no espaço de uma geração.

Os especialistas identificam três medidas para inverter a curva de progressão da doença, acelerando a queda dos casos de malária em nível mundial, incluindo um aumento anual de cerca de US$ 2 bilhões.

Entre as propostas dos especialistas estão melhorar a gestão e implementação dos atuais programas de controle da malária, fazer uso mais eficiente das atuais ferramentas, desenvolver técnicas inovadoras que permitam ultrapassar os desafios biológicos da erradicação e disponibilização, por parte dos países onde a malária é endêmica, de investimento financeiro adequado.

"Por muito tempo, a erradicação da malária foi um sonho distante, mas agora temos provas de que a doença pode e deve ser erradicada até 2050", disse Richard Feachem, co-presidente da Comissão Lancet para Erradicação da Malária e diretor do Grupo de Saúde Global da Universidade da Califórnia, San Francisco (UCSF).

"O estudo diz que a erradicação da malária é possível no tempo de uma geração, mas para alcançar essa visão comum não podemos continuar com a abordagem atual. O mundo está num ponto crítico e devemos desafiar-nos com metas ambiciosas e comprometer-nos com as ações ousadas necessárias para as alcançar".

Desde 2000, a incidência da malária e a taxa de mortalidade em nível global caíram 36% e 60", respectivamente. Foi registrado no período um aumento do investimento na prevenção e tratamento da doença, que em 2016 chegou a US$ 4,3 bilhões

Hoje, mais da metade dos países estão livres da malária.

Apesar dos progressos e dos esforços globais, mais de 200 milhões de casos são registrados em todo o mundo a cada ano, causando mais de 500 mil mortes.

Os casos de malária aumentaram em 55 países da África, Ásia e América Latina e crescem as preocupações com a resistência dos mosquitos transmissores (vetores) aos atuais inseticidas e medicamentos.

A maioria dos novos casos de malária surge em apenas 29 países, que são responsáveis por 85% das mortes registradas em 2017.

Entre os 29 países, apenas dois - Papua Nova Guiné e Ilhas Salomão - não estão localizados na África.

Apenas dois países africanos - Nigéria e República Democrática do Congo - são responsáveis por 36% dos casos da doença em nível mundial.

"Apesar dos progressos inéditos, a malária continua a privar comunidades em todo o mundo do seu potencial econômico, particularmente na África, onde apenas cinco países carregam quase metade do peso global [da doença]", adiantou Winnie Mpanju-Shumbusho, membro do RBM Partnership to End Malaria e co-presidente da comissão The Lancet para a erradicação da malária.

Ao comentar o estudo, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, considerou a meta "ousada", levando em conta que o objetivo não poderá ser alcançado "com as atuais ferramentas e abordagens".

Por isso, apelou para "redobrados esforços" na investigação e desenvolvimento, maior e mais efetivo investimento e sistemas de saúde robustos, baseados na saúde primária e na cobertura universal.

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