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Saúde
Postada em 09/07/2017 09:36 | Atualizada em 10/07/2017 16:22 | Por Todo Segundo

Nutricionista alerta para importância da alimentação no combate ao AVC

Segundo profissional, uma alimentação natural pode combater a doença e preveni-la
Nutricionista alerta para importância da alimentação no combate ao AVC - Foto: Neide Brandão
Por Neide Brandão

Hábitos alimentares saudáveis, aliados a prática de atividades físicas, são fundamentais para evitar doenças vasculares, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Quem afirma é a nutricionista Rackel Cavalcante, da Unidade de Acidente Vascular Cerebral (UAVC) do Hospital Geral do Estado (HGE).

Segundo ela, uma alimentação balanceada e equilibrada de nutrientes auxilia no combate à doença. Sendo composta por frutas, verduras, legumes, fibras, carnes magras e tubérculos.

Entre os fatores de risco para a doença estão pressão alta, taxas de colesterol e glicose elevadas, sobrepeso e obesidade, além de hábitos como fumo, baixa ingestão de frutas e verduras e sedentarismo. A orientação, segundo ela, é que os cuidados comecem desde cedo.

“É preciso acabar com o mito de que criança saudável é criança gordinha. A gente vê, no dia a dia do hospital, que a maioria dos pacientes vítimas de AVC não fazia acompanhamento médico regular, não se tratava, é sedentária e tem alimentação ruim. Infelizmente, só depois do susto que tomam, resolvem mudar o estilo de vida”, ressaltou a nutricionista.

Fibras – De acordo com Rackel, as fibras têm um papel relevante como alimento, capaz de diminuir o risco de AVC. “Elas são responsáveis por combater a dislipidemia (presença de níveis elevados ou anormais de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue), reduzindo os altos níveis de colesterol”, salientou.

A nutricionista explicou que as fibras também mantêm o controle do índice glicêmico elevado, visto que o colesterol elevado e a diabetes são fatores modificáveis para o acometimento do acidente vascular. “Embora para algumas pessoas o fato da alimentação ser um ato único de puro prazer, nunca devemos esquecer que a nossa saúde depende de uma porcentagem bastante elevada de como nos nutrimos. Se você manter um estilo de vida saudável, praticando atividades físicas regularmente e mantendo a pressão arterial sob controle, vai ser possível evitar muitos problemas de saúde”, alertou.

A especialista também recomendou evitar o consumo de alimentos industrializados, por serem ricos em sódio, gorduras e açúcares. “Molhos e temperos prontos não trazem nenhum benefício à saúde. É interessante preferir os temperos naturais, como o alecrim, orégano, manjericão, curry, açafrão, cebola, alho que deixam a comida deliciosa e temperadas da forma mais natural possível. O consumo de margarina, frituras, gorduras aparentes das carnes também deve ser evitado, assim como o uso do saleiro na mesa, algo característico de nossa sociedade que não trás bem algum”, aconselhou.

A recepcionista S.A.P., 35 anos, teve um AVC quando ainda era muito jovem, aos 20 anos. Ela contou que se alimentava de forma muito inadequada, com biscoitos recheados e refrigerantes na hora do almoço. “Hoje eu sei o mal que eu trouxe para a minha vida e me envergonho. Procuro dá para meus filhos uma vida bem diferente, ensinando a se alimentar da forma mais saudável possível”, contou.

A Doença - O AVC, popularmente conhecido como derrame, resulta da restrição de irrigação sanguínea ao cérebro, decorrente do entupimento (isquemia) ou rompimento (hemorragia) de vasos sanguíneos cerebrais. Em geral, os idosos são as principais vítimas, mas também pode acontecer em pessoas mais jovens. Trata-se de uma emergência médica que pode evoluir com sequelas ou morte, sendo a rápida chegada ao hospital importante para a decisão terapêutica.

Ele é considerado a terceira maior causa de morte no mundo, sendo responsável por quase seis milhões de mortes por ano, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a doença é a causa de morte mais frequente e a principal causa de incapacidade, com mais de 50% dos sobreviventes permanecendo com graves sequelas físicas e mentais, com enorme impacto econômico e social.

“Existem maneiras de evitar, substancialmente, o risco de ter este problema e isto inclui a prática de exercícios físicos e a alimentação saudável. Somos nós que definimos a nossa saúde, são as nossas decisões diárias que vão determinar a qualidade de nossa vida com o passar dos anos”, destacou Rackel Cavalcante.
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