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Coisa da Política

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Postada em 01/05/2025 11:13

O fim da polarização? A possível prisão de Bolsonaro e os caminhos para 2026

A saída de Bolsonaro do cenário eleitoral não garante a hegemonia de Lula — e pode abrir espaço para novas lideranças e alternativas políticas
A saída de Bolsonaro do cenário eleitoral não garante a hegemonia de Lula - Foto: Reprodução

Após a repercussão da prisão do ex-presidente Fernando Collor, crescem os rumores sobre uma possível prisão de Jair Bolsonaro. Embora essa hipótese ainda esteja no campo das especulações, ela carrega peso suficiente para redesenhar o cenário político brasileiro. A possível retirada de Bolsonaro da disputa presidencial de 2026 teria impacto profundo, mas não significaria, automaticamente, uma vitória fácil para Lula ou para o Partido dos Trabalhadores.

É verdade que Bolsonaro representa uma peça-chave na polarização política recente, mobilizando uma base conservadora fiel e antagonizando diretamente com o lulismo. No entanto, sua ausência não desmontaria essa estrutura: o bolsonarismo já é maior que o próprio Bolsonaro e tem nomes dispostos a herdar esse capital político — entre eles, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas; o governador de Minas Gerais, Romeu Zema; e até Michelle Bolsonaro, com forte apelo simbólico e evangélico.

Além disso, Lula carrega uma rejeição significativa, que não desaparece com a saída de seu principal rival. Mesmo com a máquina do governo em mãos, seu sucesso nas urnas dependerá diretamente do desempenho econômico e social de sua gestão. Em caso de desgaste, o PT pode até optar por lançar um sucessor, como o ministro Fernando Haddad, o que traria novos desafios à candidatura petista.

Nesse vácuo, o centro político pode tentar se reorganizar. Figuras como Simone Tebet e Eduardo Leite poderiam se apresentar como alternativas a uma polarização exaurida, especialmente se houver espaço para um discurso mais moderado e conciliador.

Cenário aberto

A eleição de 2026, portanto, tende a ser muito mais aberta do que aparenta. Três fatores serão decisivos: o desempenho do governo Lula, a reorganização da direita pós-Bolsonaro e a capacidade do centro em se tornar competitivo. Se nenhuma dessas forças conseguir se impor com clareza, o Brasil poderá entrar em uma nova fase política — talvez menos personalista, mais ideológica, ou até mais pragmática.

A possível prisão de Bolsonaro, se ocorrer, não encerrará a polarização. Mas pode ser o gatilho para que o país reconfigure suas escolhas políticas e abra espaço para novos protagonistas.

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