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Coisa da Política

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Postada em 29/05/2025 17:26

Ruptura à vista: JHC esvazia indicações de Arthur Lira na Educação de Maceió

Reforma na cúpula da Educação evidencia distanciamento político entre os aliados
Reorganização na Educação de Maceió expõe distanciamento entre JHC e Lira - Foto: Reprodução

O ambiente político em Alagoas começa a dar sinais claros de reconfiguração. Em Maceió, o prefeito João Henrique Caldas (JHC) iniciou uma série de movimentos que indicam um possível rompimento com o deputado federal Arthur Lira (PP), uma das figuras mais influentes do estado.

Nos bastidores, a avaliação é de que o prefeito da capital está se afastando, passo a passo, da órbita do ex-presidente da Câmara, numa estratégia que visa fortalecer sua própria base de poder e abrir caminho para decisões mais autônomas à frente da administração municipal.

A movimentação mais evidente ocorreu nesta semana, com a caneta do prefeito trabalhando intensamente: pelo menos cinco exonerações e nomeações foram feitas na cúpula da Secretaria Municipal de Educação. As mudanças atingiram áreas sensíveis da pasta, como a diretoria responsável pelo transporte escolar e o setor de finanças, ambos antes sob controle de nomes ligados a Lira.

Em meio às trocas, um nome chama atenção: Luiz Rogério Neves Lima, ex-secretário de Educação, foi nomeado para o cargo recém-criado (e genérico) de superintendente de Governança e Gestão Interna da Educação Municipal. Considerado um aliado histórico do clã Caldas — especialmente do pai do prefeito, o ex-deputado João Caldas (JC) —, Luiz Rogério simboliza o reforço do núcleo mais fiel ao prefeito no comando da Educação.

Apesar das mudanças, o secretário titular da pasta, Vitor Soares Braga, continua no cargo. Contudo, sua permanência é vista por aliados como uma formalidade. A leitura é de que, na prática, o controle da secretaria passou a ser exercido por um novo grupo, diretamente alinhado ao prefeito e sem a interferência de Arthur Lira.

A possível ruptura entre JHC e Lira levanta diferentes interpretações dentro e fora da cena política alagoana. De um lado, há quem enxergue o movimento como uma tentativa legítima do prefeito de Maceió de conquistar maior independência administrativa, buscando afastar pressões políticas que, até então, influenciavam diretamente setores da gestão.

Por outro lado, também há vozes críticas que apontam para uma substituição de domínios, e não para o fim deles. Segundo essa visão, JHC estaria apenas deslocando o eixo de influência política de um grupo para outro — neste caso, para seu próprio círculo familiar e político — numa espécie de centralização disfarçada de autonomia.

As movimentações ganham contornos ainda mais significativos quando inseridas no tabuleiro das eleições de 2026. JHC ainda não confirmou se disputará o governo de Alagoas ou uma vaga no Senado, mas é certo que qualquer candidatura exigirá liberdade de articulação e controle político sobre sua própria base. Romper com Lira, portanto, pode ser parte de um projeto maior: construir uma candidatura competitiva, livre de acordos que imponham amarras políticas.

Internamente, o prefeito já articula com aliados e possíveis novos parceiros estratégicos. O fim de semana promete ser decisivo, com reuniões marcadas para consolidar esse novo rumo. A expectativa é de que JHC aproveite o momento para testar apoios e redesenhar o tabuleiro local, num movimento que, se consolidado, marcará uma virada histórica na política da capital.

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