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Polícia
Postada em 22/11/2021 13:51 | Por Todo Segundo com PC/AL

Caso Rhaniel: Mãe, padrasto e cunhado são autores do crime, diz delegado

Os detalhes das investigações foram anunciados em entrevista coletiva, realizada na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP)
Policia Civil e SSP revelam detalhes da elucidação do Caso Rhaniel - Foto: Divulgação - PC/AL

A Polícia Civil de Alagoas revelou na manhã desta segunda-feira (22) haver esclarecido completamente o assassinato do menino Rhaniel Pedro Laurentino, de 10 anos de idade, ocorrido em 12 de maio deste ano, no bairro Clima Bom, parte alta de Maceió.

Os detalhes das investigações foram anunciados em entrevista coletiva, realizada na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP), com as presenças do delegado-geral Carlos Reis e dos delegados Ronilson Medeiros (coordenador da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoas – DHPP) e Bruno Emílio, que investigaram o caso, e do secretário Executivo da SSP, Cláudio Martins.

A mãe do garoto e o irmão do padrasto foram presos na sexta-feira (19), por participação no crime. O padrasto já havia sido preso em junho, acusado de estupro contra uma menina de 12 anos, sendo também apontado como envolvido no crime que vitimou Rhaniel.

O delegado Ronilson Medeiros disse que as linhas de investigação foram diversas. "A mãe tinha a credibilidade de genitora, porém, havia diversos conflitos familiares, e a polícia seguiu de início às indicações dela, mãe. Por vezes, ela foi à imprensa fazendo vídeos, defendendo o padrasto".

A polícia chegou a investigar a participação de outro envolvido, mas o padrasto figurava como principal suspeito. E seu irmão passou a ser investigado. A investigação apontou que Rhaniel foi morto na madrugada do dia 12 de maio.

De acordo com o delegado Bruno Emílio, o padrasto de Rhaniel, de 28 anos, trocou mensagens com o irmão, de 25 anos, no dia 11 de maio deste ano, e o convidou para usar drogas na casa onde morava com a mãe do menino, de 37 anos.

O crime teria acontecido após esse consumo, na madrugada do dia 12, e somente na madrugada do dia 13 o corpo do menino teria sido desovado no terreno onde foi encontrado. "Segundo os laudos técnicos e cadavérico, quando foi achado, o corpo já estava flácido, o que acontece somente após 24 horas após a morte", explicou o delegado.

Também chamou a atenção da polícia o fato de que, apesar de haver seringas e preservativo perto do cadáver, o corpo estava limpo e vestido. Após a perícia, foi constatado que ele teria sido lavado e vestido, mas havia marca de material genético do padrasto e do irmão dele, na cueca do menino. Além disso, dentro do preservativo não foi encontrado material genético, o que indica que foi usado para introdução de algum objeto no ânus de Rhaniel.

Segundo os delegados, o padrasto já tinha sido preso em São Paulo por roubo e tráfico de drogas e é usuário. O irmão dele, também era usuário. O menino Rhaniel, conforme apontam as investigações, reclamava para outros familiares do relacionamento da mãe com o padrasto e sobre o consumo de drogas dentro de casa.

"Dias depois, encontramos 78 pesquisas de cunho pornográfico envolvendo adolescentes e idosos e 48 referentes a homicídios no celular da mãe. Isso já demonstrava uma pré-disposição para esse tipo de crime. A mãe teria acobertado tudo, e ajudado a ocultar o corpo. Existem relatos de que ela já espancara o menino antes, e há históricos dessa relação conflituosa em casa", disse o delegado Bruno Emílio.

A mãe de Rhaniel Pedro levantou suspeita de participação no assassinato depois de ter vendido a bola que recebeu de presente durante a homenagem para o menino na final do Campeonato Alagoano deste ano.

Segundo foi levantado, ela teria cobrado R$ 1,5 mil para comercializar a bola, o que fez as autoridades perceberem que a mãe não tinha muito apego pelo garoto.

Ela tinha menos de um ano de envolvimento com o padrasto do menino, e Rhaniel não aprovava o relacionamento da mãe.

De acordo com os delegados, o inquérito foi concluído e remetido à Justiça. Os suspeitos foram indiciados por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e estupro de vulnerável.

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