Um ato de solidariedade e memória está mobilizando moradores de Palmeira dos Índios e região. Amigos e familiares de Gabriel Lincoln Pereira da Silva, o jovem de 16 anos, morto durante uma perseguição da Polícia Militar no mês de maio deste ano, lançaram uma rifa solidária para manter vivo o sonho que ele tanto cultivava: o Lincoln Massas, empreendimento que unia hambúrgueres, petiscos e massas artesanais — e que ele gerenciava com paixão e dedicação.

A morte de Gabriel chocou a cidade. O adolescente foi baleado pelas costas durante uma ação policial e não resistiu aos ferimentos. Desde então, a comunidade tem buscado justiça, mas também formas de transformar a dor em resistência. A rifa é uma dessas iniciativas: além de arrecadar recursos para manter o pequeno negócio em funcionamento, também é uma forma simbólica de manter viva a história de luta e empreendedorismo do jovem.

“Vamos juntos realizar o sonho de Gabriel Lincoln, mantendo viva a Lincoln Massas, que ele tanto amava!”, diz o cartaz da campanha, publicado nas redes sociais.

Prêmios e como participar

Cada número da rifa custa R$ 20. Os participantes concorrem a prêmios como:

• Uma cesta no valor de R$ 100,00 da Lincoln Massas

• Liquidificador

• Ventilador

• Ferro elétrico

• Sanduicheira

O sorteio será realizado ao vivo no dia 30 de agosto. Interessados devem fazer o pagamento via PIX para a chave 015.359.284-25 e, em seguida, enviar o comprovante para escolher o número desejado, entre os 100 disponíveis.

Uma rede de apoio que resiste

A rifa é organizada pelo perfil @justicaporgblincoln, nascido após a tragédia e que vem se tornando um espaço de memória, denúncia e mobilização. Além da luta por justiça, o objetivo agora é preservar o empreendimento como símbolo da trajetória interrompida de Gabriel.

“Essa rifa é mais que um sorteio. É um ato de amor, de resistência e de esperança. É nossa forma de dizer que a história de Gabriel não será esquecida”, afirmam os organizadores.

A campanha tem ganhado apoio de comerciantes locais, ativistas e cidadãos comuns. Para muitos, manter o Lincoln Massas funcionando é também uma forma de protestar contra a violência e de lembrar que Gabriel era um jovem com sonhos, planos e futuro.