A movimentação discreta de um motoboy pelas ruas de Maceió chamou a atenção das forças de segurança pública. Nesta segunda-feira (14), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Alagoas (FICCO/AL) deflagrou a Operação Flor Urbana, que resultou no cumprimento de um mandado de prisão e outro de busca e apreensão na capital alagoana.

Com apoio da Diretoria de Inteligência da Polícia Militar de Alagoas (DINT/PMAL), do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e da Polícia Penal, a ação teve como alvo principal um entregador que, segundo as investigações, utilizava a estrutura de delivery urbano para distribuir drogas sob demanda.

Durante as diligências, os agentes apreenderam cerca de dois quilos de maconha e haxixe, além de duas balanças de precisão, R$ 1.000 em dinheiro e dois aparelhos celulares, que serão encaminhados à perícia. Todo o material será incorporado ao inquérito em andamento.

Segundo os investigadores, o suspeito utilizava seu dia a dia como motoboy para traficar drogas com rapidez, sigilo e aparência legal, aproveitando a rotina de entregas urbanas para driblar a fiscalização. O modelo de atuação, segundo a polícia, reflete uma tendência do crime organizado em Alagoas: usar tecnologias e serviços populares como fachada para atividades ilícitas.

— Esse tipo de operação é uma resposta direta a uma nova dinâmica do tráfico, que tenta se misturar ao cotidiano das cidades. O uso de motocicletas e aplicativos de entrega impõe um desafio tático que estamos enfrentando com inteligência e integração — afirmou um dos coordenadores da FICCO.

A FICCO/AL reúne instituições das esferas estadual e federal para atuar de forma coordenada contra o crime organizado. A força-tarefa é composta pela Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Perícia Oficial, Secretaria de Estado da Segurança Pública, Secretaria Nacional de Políticas Penais e a Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social.

Com a Operação Flor Urbana, as forças de segurança reafirmam o compromisso de enfrentar o tráfico em suas novas formas, mesmo quando disfarçado sob a rotina de um entregador comum.

As investigações seguem em sigilo para identificar possíveis ramificações do esquema e outros envolvidos na logística de distribuição das drogas.