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Postada em 07/02/2017 07:15 | Atualizada em 07/02/2017 14:23 | Por Todo Segundo

Operação combate sonegação fiscal na venda de cigarros em Arapiraca e Maceió

Ação acontece nos municípios de Maceió e Arapiraca e visa combater prejuízo milionário ao Tesouro Estadual
Operação combate sonegação fiscal na venda de cigarros em Arapiraca e Maceió - Foto: Divulgação - MPE/AL
Da Assessoria -MPE/AL

Uma grande força tarefa, comandada pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) e que conta com o apoio da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e da Polícia Civil está nas ruas para combater fraudes fiscais praticadas pela indústria do tabaco que estão causando um prejuízo milionário ao Tesouro Estadual. Ao todo, a operação Nicotina está cumprindo dois mandados de prisão, cinco de condução coercitiva e nove de busca e apreensão. 

O trabalho de investigação foi comandado pelo Gaesf - Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Conexos, criado no início deste ano pelo procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto. Coordenado pelo promotor de Justiça Cyro Blatter, o Gaesf descobriu que uma organização criminosa, que comercializa cigarros de origem estrangeira, atua em 15 estados e, por meio de negociações ilícitas, faz transações que impedem o recolhimento de impostos em todas as unidades da Federação onde o esquema existe. 

Por conta de tais transações ilegais, as empresas Quality In, Agreste Comércio de Tabaco e WRT Lacerda - as duas últimas localizadas no município de Arapiraca -, estão sendo multadas em R$ 534 milhões.
"Na verdade, elas já foram montadas, desde o princípio, para a prática de fraudes fiscais, inclusive, com a participação de outras empresas de fachadas. O prejuízo é milionário, mas ainda não podemos dar muitos detalhes porque essa é apenas uma etapa das investigações. Com os depoimentos que serão colhidos, vamos aprofundar a apuração", explicou Cyro Blatter, acrescentando que o está sendo investigado é o prejuízo causado a partir do ano de 2013. 

O promotor de Justiça Delfino Costa Neto também está acompanhando a operação em função de integrar o Gaesf. Pela PC/AL em Maceió, participa o delegado Fabrício Lima.

Maceió e Arapiraca

Todos os mandados, que foram expedidos pela 17a Vara Criminal da Capital, estão sendo cumpridos em Maceió e em Arapiraca. Na capital, são sete alvos, onde estão sendo cumpridos quatro mandados  de condução coercitiva, quatro de busca e apreensão e um de prisão.

Já em Arapiraca, o trabalho está sendo comandado pelo delegado  da Polícia Civil Acácio Júnior, que está presidindo o inquérito. Lá, são seis alvos, com cinco mandados de busca e apreensão, dois de condução coercitiva e um de prisão. Todos também expedidos pela 17a Vara Criminal da Capital.

Força-tarefa
Além do MPE/AL, integram a força-tarefa a Polícia Civil, com o Tático Integrado de Grupos de Resgates Especiais (TIGRE) e a operação Asfixia, a Polícia  Militar, com o Batalhão Rodoviário Estadual, a Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz/AL) e o Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran/AL).

O Gaesf
Para recuperar recursos que foram sonegados por grandes empresas, o Ministério Público Estadual de Alagoas criou em janeiro o Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Conexos, o Gaesf, que tem atuação em todo o território alagoano.

São atribuições do Gaesf realizar investigações cíveis e criminais e fazer uso de serviços de inteligência; acompanhar inquéritos policiais; instaurar procedimentos administrativos de investigação na área de sua atuação, decretando, quando justificado, e por despacho fundamentado, o sigilo respectivo; expedir notificações para colher depoimentos, esclarecimentos e, em caso de ausência injustificada, requisitar a condução coercitiva, por intermédio das polícias civil e militar, nos termos da Lei; e receber representações de qualquer pessoa ou entidade, assim como notícia de fato criminoso através de serviço disque denúncia, instituído por órgãos públicos.

O Gaesf também deverá formar e manter banco de dados; requisitar diretamente de órgãos públicos serviços técnicos e informações necessárias ao desenvolvimento de suas atividades; propor e acompanhar ações cíveis de responsabilidade pela prática de ato de improbidade administrativa, tal como ações penais, no âmbito de sua atribuição; ajuizar as medidas cautelares necessárias à propositura das respectivas ações principais cíveis e criminais; e realizar outras atividades necessárias à identificação de autoria e produção de prova.

As atribuições do grupo ainda abrangerão, igualmente, a apuração e a repressão dos delitos que se tornarem conhecidos no decorrer das investigações que estiverem conduzindo. O Gaesf só atuará em casos com prejuízos acima de dois mil salários mínimos.
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