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Alagoas
Postada em 05/09/2024 16:26 | Por Todo Segundo com Fiocruz

Alagoas está entre os 17 estados com indícios de aumento de Covid-19

Crescimento de casos está associado às ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave
Alagoas está entre os 17 estados apresentam indícios de crescimento de Covid-19 no país - Foto: Divulgação

Alagoas está entre os 17 estados da federação brasileira que apresentam indícios de crescimento de Covid-19 no país. A informação foi divulgado nesta quinta-feira (5), pelo novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, que chama atenção para a continuidade do aumento do coronavírus no Brasil.

O crescimento de casos nesses estados está associado às ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19. Devido a grande movimentação de pessoas entre São Paulo e outras regiões do país, os pesquisadores alertam que o aumento de SRAG por Covid-19 no estado pode impulsionar a disseminação e o crescimento da doença em outros estados nas próximas semanas.

Já os casos de SRAG por VSR e influenza A mantêm tendência de queda na maior parte do território. No cenário nacional, observa-se aumento nos casos de SRAG em todas as faixas etárias analisadas. Dados laboratoriais mostram que nas crianças e adolescentes de até 14 anos, esse crescimento está relacionado ao rinovírus. Nas demais faixas etárias, o aumento das hospitalizações está associado à Covid-19. O estudo é referente à Semana Epidemiológica (SE) 35, período de 25 a 31 de agosto.

Diante desse quadro, a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella, destaca a importância de que todas as pessoas dos grupos de risco estejam em dia com a vacinação contra a Covid-19. Também é fundamental que a população adote cuidados como o uso de máscaras em locais fechados, com maior número de pessoas, e dentro de postos de saúde. "Em caso de aparecimento de sintomas, o recomendado é ficar em isolamento em casa, inclusive as crianças e adolescentes. Com a alta do rinovírus nessa faixa etária, caso apresentarem alguns sintomas de síndrome gripal, a orientação é ficar em casa e não ir para a escola. Se não for possível fazer esse isolamento, é importante sair de casa usando uma boa máscara, e claro, diante de aparecimento e piora dos sintomas, é importante procurar atendimento médico”, orienta a pesquisadora.

A análise aponta ainda aumento dos casos de SRAG por rinovírus, especialmente entre crianças e adolescentes de até de 14 anos. Essa alta está concentrada principalmente em muitos estados da região Nordeste, do Centro-sul e também em alguns estados da região Norte. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e o rinovírus permanecem como as principais causas de internações e óbitos em crianças de até dois anos, embora os casos de SRAG por VSR já demonstrem queda nas últimas semanas. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 28,4% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 12,4% para influenza A; 2,6% para influenza B; e 11,3% para VSR.

Estados e capitais

No agregado nacional, há um sinal de aumento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Esse aumento deve-se ao crescimento das SRAG por rinovírus e Covid-19 em muitos estados do país. A atualização aponta que 17 estados apresentam indícios de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Alagoas, Amapá, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Sul, o aumento de casos de SRAG concentra-se principalmente em crianças e adolescentes até 14 anos de idade, relacionado ao rinovírus.

Entre as capitais, 11 apresentam crescimento dos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belo Horizonte (BH), Brasília (DF), Cuiabá (MT), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Ano epidemiológico, incidência e mortalidade

Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 123.082 casos de SRAG, sendo 59.410 (48,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 49.377 (40,1%) negativos, e ao menos 7.692 (6.2%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os casos positivos do ano corrente, 18,7% são influenza A; 0,6%, influenza B; 41,6%, VSR; e 18%, Sars-CoV-2 (Covid-19).

A incidência e mortalidade semanal média, nas últimas oito semanas epidemiológicas, mantêm o cenário de maior impacto nos extremos das faixas etárias analisadas. Em crianças de até dois anos de idade, o número de casos e de óbitos são causados em maior parte pela circulação do VSR e rinovírus. Na análise de mortalidade, a população a partir dos 65 anos continua sendo a mais impactada, fundamentalmente por conta dos vírus Sars-CoV-2 e influenza A.

Em relação aos casos de SRAG por Covid-19, a incidência tem apresentado maior impacto em crianças pequenas e idosos, enquanto a mortalidade tem sido mais elevada entre idosos a partir de 65 anos. No entanto, entre as crianças, os impactos, tanto em hospitalizações quanto em óbitos, são inferiores aos observados atualmente para os vírus VSR e rinovírus. Nos idosos, a incidência e a mortalidade de SRAG por Covid-19 já são maiores que a incidência e mortalidade por influenza A.

Quanto aos demais vírus respiratórios com circulação relevante no país, o impacto nos casos de SRAG tem se concentrado em crianças pequenas, associado principalmente ao VSR e rinovírus. O cenário da influenza A também se nota na mortalidade em idosos, junto com a Covid-19.

Situação nacional

Referente aos óbitos de SRAG em 2024, já foram registrados 7.370 óbitos, sendo 3.844 (52.2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 2.909 (39,5%) negativos, e ao menos 152 (2,1%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os positivos do ano corrente, 30,2% foram influenza A; 0,8%, influenza B; 10,3%, VSR; e 50,8%, Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 27,2% para influenza A; 2,8% para influenza B; 4,1% para VSR; e 48% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

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