O estado de Alagoas registrou o maior crescimento proporcional do país no número de pessoas habilitadas para conduzir motocicletas nos últimos dez anos. Segundo levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), o total de condutores habilitados em solo alagoano aumentou 86,3% entre 2015 e 2024, superando médias nacionais e estados mais populosos como São Paulo e Minas Gerais.

O dado faz parte de um estudo que mostra o avanço da frota de motocicletas em todo o país. Em 2024, o Brasil atingiu a marca de 35 milhões de motos em circulação, número 42% maior que o registrado em 2015. Com uma produção anual de 1,8 milhão de unidades, o Brasil é hoje o sexto maior fabricante de motocicletas do mundo.

O crescimento não se concentrou apenas nos grandes centros urbanos. De acordo com a Abraciclo, Alagoas, Amazonas (com alta de 79,7%) e Bahia (62,6%) estão no topo do ranking de crescimento de condutores. Os dados revelam um fenômeno nacional: a interiorização do uso da motocicleta como principal meio de transporte.

“O levantamento revela que esse avanço não se limita aos maiores centros urbanos nacionais. Alagoas, Amazonas, Bahia e Piauí lideram a lista, demonstrando que o uso da motocicleta tem se expandido por diversas regiões do país, especialmente fora dos principais polos econômicos”, informou a Abraciclo, em nota técnica.

Em Alagoas, a alta demanda por motocicletas tem relação direta com o custo de vida, a necessidade de locomoção rápida e a carência de transporte público regular em muitas cidades do interior. A moto tem sido alternativa para deslocamentos diários, prestação de serviços e geração de renda, sobretudo com o crescimento das entregas por aplicativo.

O avanço, no entanto, levanta preocupações. Especialistas alertam para o aumento da vulnerabilidade dos motociclistas no trânsito, especialmente em regiões onde infraestrutura viária é precária e a fiscalização é falha.

Cenário nacional

O estudo da Abraciclo também destaca que mais de 40 milhões de brasileiros já possuem habilitação para pilotar motocicletas, um número expressivo que reforça o papel das motos na mobilidade nacional. A entidade avalia que o país vive uma transformação no perfil do transporte individual, com a motocicleta assumindo protagonismo em locais com menor cobertura de transporte coletivo.