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Alagoas
Postada em 23/10/2025 09:41 | Atualizada em 23/10/2025 09:57 | Por Todo Segundo

Comerciantes protestam contra obras de esgotamento em Palmeira dos Índios

Manifestantes tentaram impedir obras no Centro e cobram mais planejamento da concessionária
Buracos, lama e prejuízos: moradores e lojistas reclamam de serviços da Águas do Sertão - Foto: Reprodução

As obras de implantação do sistema de esgotamento sanitário em Palmeira dos Índios continuam provocando insatisfação, transtornos e protestos em diferentes regiões da cidade. Na manhã desta quinta-feira (23), comerciantes realizaram uma manifestação pacífica e tentaram impedir a execução dos serviços na Travessa Miguel Monteiro, no Centro do município.

Paralelamente, os trabalhos também avançam pela Rua Antônio Matias, outra via importante da área central. Os manifestantes alegam falta de planejamento por parte da Águas do Sertão/Conasa e afirmam que o baixo movimento comercial é consequência direta das interdições e escavações realizadas sem diálogo prévio com os lojistas.

Durante o protesto — acompanhado pela Polícia Militar, Guarda Civil Municipal e e pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) — os comerciantes cobraram mais organização e sensibilidade por parte da empresa e das autoridades locais.

Em um dos momentos do ato, um dos representantes da categoria discursou em defesa dos pequenos empreendedores locais: “Nós, que somos comerciantes, sabemos o que estamos passando. O movimento está fraco, o acesso às lojas está difícil e as vendas despencaram. Não estamos contra a obra, sabemos que ela é importante para o desenvolvimento da cidade, mas é preciso mais planejamento e respeito com quem trabalha e depende do comércio para viver”, disse a proprietária de uma das lojas.

Os lojistas pedem que as obras sejam melhor coordenadas, especialmente nos dias e horários de maior fluxo de clientes, e que as vias não fiquem bloqueadas por longos períodos, prejudicando o funcionamento das lojas.

Mesmo após o fim do período chuvoso, as obras continuam causando transtornos em praticamente todos os bairros do município. Executadas por empresas contratadas pela concessionária Águas do Sertão, as intervenções, que deveriam melhorar a infraestrutura urbana e a qualidade de vida da população, têm deixado um rastro de buracos, lama e prejuízos.

Diversos moradores relatam que as ruas permanecem esburacadas por meses e, quando são recuperadas, o serviço é mal executado, se deteriorando poucos dias depois. Uma das situações mais críticas é registrada na Rua Valdemar Holanda Cavalcante, no loteamento José Maia Costa, onde o cenário é de completo abandono.

Empresas terceirizadas, segundo os moradores, acabam rompendo canos de abastecimento durante a escavação e deixam a água jorrando por dias, transformando a rua em um verdadeiro lamaçal. “A gente não consegue nem entrar com o carro na garagem, e quando tenta passar a pé, afunda na lama”, relatou indignada a moradora Francisca de Araújo.

Imagens feitas no local mostram um caminhão atolado, o desperdício de água e o estado precário da via, com barro, poças e calçadas destruídas. As cenas, registradas por moradores e enviadas à redação, reforçam o clima de revolta na comunidade, que diz se sentir abandonada e sem respostas concretas da empresa.

Além dos danos à rede de abastecimento, há inúmeras reclamações sobre calçadas e pavimentações. Segundo relatos, as obras danificaram revestimentos de cimento, cerâmica e pedra, que até o momento não foram recompostos. “Eles quebram tudo e vão embora, deixam o prejuízo para a gente consertar”, afirmou José de Melo, outro morador.

Apesar da importância do projeto de saneamento para o futuro da cidade, a execução tem sido alvo de críticas pela falta de planejamento e cuidado com o patrimônio público e privado. Moradores e comerciantes cobram fiscalização do poder público, além de um posicionamento oficial da empresa sobre os problemas recorrentes.

Até o fechamento desta matéria, a Águas do Sertão não havia se manifestado sobre as denúncias.

A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal), responsável pela fiscalização das ações da concessionária, também não se pronunciou sobre o assunto.

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