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Alagoas
Postada em 25/06/2025 10:02 | Atualizada em 25/06/2025 10:29 | Por Todo Segundo

Juízes e deputados ganham até 43 vezes mais que o cidadão comum em Alagoas

Enquanto alagoano sobrevive com R$ 1.300, autoridade recebe mais de R$ 50 mil por mês
R$ 1.300 x R$ 56 mil: diferença entre salário da população e de autoridades em Alagoas assusta - Foto: Divulgação

Um levantamento inédito divulgado nesta semana pelo Instituto Livres revelou o abismo salarial entre as elites do funcionalismo público e a população brasileira – com destaque preocupante para Alagoas. O estado aparece entre os mais desiguais do país tanto no Judiciário quanto no Legislativo estadual, escancarando o contraste entre a realidade das autoridades e a dos cidadãos que representam.

De acordo com o Índice de Disparidade Salarial (IDS), elaborado a partir da comparação entre os salários brutos de autoridades e a renda domiciliar per capita da população, juízes estaduais de primeira instância em Alagoas chegam a receber até 43,5 vezes mais que um alagoano médio, ou seja, mais de mais de R$ 56 mil. O dado coloca o estado entre os três piores do país nesse aspecto – atrás apenas do Maranhão (53 vezes) e do Acre (43,27).

No Legislativo estadual, o cenário também é de profunda desigualdade. Deputados estaduais alagoanos recebem salários mensais na faixa de R$ 33 mil a R$ 35 mil, o que representa 26,13 vezes a renda média da população. Alagoas aparece ao lado de estados como Maranhão (31,06), Amazonas (28,09) e Ceará (26,94), todos com altos níveis de disparidade.

“A desigualdade não é novidade no Brasil, mas os dados mostram que o setor público, em vez de corrigir, reproduz e aprofunda as distorções. O estudo revela um problema estrutural e simbólico de representatividade”, afirma Magno Karl, diretor executivo do Instituto Livres.

A pesquisa levanta ainda uma reflexão sobre o papel do poder público no combate à desigualdade. “Como esperar que o Estado enfrente de fato as injustiças se suas estruturas mais altas seguem sustentadas por privilégios?”, questiona Magno Karl.

Os dados expostos pelo estudo evidenciam que as maiores distorções salariais estão concentradas justamente nas regiões mais pobres do Brasil – Norte e Nordeste –, o que aprofunda ainda mais as desigualdades regionais.

Em Alagoas, onde a maioria da população sobrevive com renda limitada e enfrenta dificuldades em áreas como saúde, educação e transporte, os altos salários de magistrados e parlamentares contrastam com o sofrimento cotidiano de grande parte dos cidadãos. O levantamento coloca o estado em uma posição delicada no debate sobre justiça social e responsabilidade fiscal.

Disparidade Salarial em Alagoas:

  • Juiz estadual pode ganhar até 43,5 vezes a renda do cidadão comum
  • Deputado estadual recebe 26,13 vezes mais que a população que representa
  • Salário médio da população: R$ 1.300 a R$ 1.400 mensais
  • Salário de autoridades: entre R$ 33 mil e mais de R$ 56 mil, com benefícios

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