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Alagoas
Postada em 08/03/2024 15:55 | Atualizada em 08/03/2024 15:57 | Por Assessoria

Mulheres já são mais de 35% da Polícia Científica de Alagoas

Presença feminina no órgão é superior à média nacional de todas as forças de segurança pública do país
Atualmente, dos 59 peritos criminais da ativa do Instituto de Criminalística de Alagoas, 21 são mulheres - Foto: Ascom

Um levantamento realizado pela Supervisão Executiva de Valorização de Pessoas da Polícia Científica de Alagoas apontou que atualmente 35,65% dos cargos efetivos do órgão são ocupados por mulheres. São peritas criminais, peritas médicas legistas, peritas odontolegistas, papiloscopistas e técnicas forenses que atuam diariamente na busca pela verdade no combater a criminalidade no Estado.

A presença feminina na Polícia Científica de Alagoas é mais que o dobro da média nacional. Uma pesquisa divulgada no mês passado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que as mulheres representam apenas 16,5% das forças de segurança estaduais em todo o país.

Atualmente, dos 59 peritos criminais da ativa do Instituto de Criminalística, 21 são mulheres. Uma delas é a perita criminal Ana Marcia, ela foi a primeira mulher a comandar a Polícia Científica após autonomia administrativa e financeira, quando o órgão ainda se chamava Centro de Perícias Forenses.

Ela explicou que, naquela época, a maior missão era tornar a Polícia Científica um órgão eficaz, eficiente, equipado e respeitado tecnicamente como toda a sociedade precisa e merece. Como todas as mulheres pioneiras a ocuparem cargos de direção-geral na Polícia Científica, não poderia ser diferente, foram muitas lutas, algumas derrotas e muitas vitórias, onde a maioria gera frutos até os dias atuais.

“Lembro-me que em algumas situações, principalmente em reuniões de trabalhos, às vezes a única mulher presente, com outros setores da SSP, sentia, algumas vezes e de alguma forma, a tentativa de deslegitimar as minhas opiniões e demandas, porém sempre me posicionava com firmeza sobre o que era melhor e importante para o nosso órgão, sempre procurando, com propriedade, ser sensata, coerente, educada e muito responsável, porque o que sempre esteve em jogo eram as reais demandas e todos os projetos do órgão, que não eram poucos, visto que naquela época não tínhamos quase nada do que temos hoje”, afirmou a perita.

Dos 10 papiloscopistas que atuam no Instituto de Identificação de Alagoas, metade são mulheres. Luciene Christine é uma delas. Ela ingressou no cargo em 2002, quando o órgão ainda era vinculado à Polícia Civil.

“Achei uma profissão muito interessante, com atribuições que identificam cada ser humano individualmente, pois cada impressão digital é única. Não encontrei preconceito nessa profissão e sempre, nós mulheres, fomos bem recebidas pelos nossos colegas e as funções sempre foram distribuídas sem distinção. Enfim, conquistamos nosso espaço dentro do Instituto de Identificação e cada vez mais somos reconhecidas pelo nosso trabalho”, disse a papiloscopista.

O número de mulheres é maior no cargo de técnicos forenses que atuam nos Institutos Médicos Legais de Maceió e Arapiraca, onde das 17 vagas, 10 são ocupadas por elas. Na área de odontologia legal, as mulheres também são maioria, dos 5 peritos odontolegistas, 3 são mulheres.

A perita odontolegista Ana Paula Carneiro atua há quase 22 anos no Instituto Médico Legal Estácio de Lima. Quando ela fez o concurso em 2001, não tinha experiência prévia dentro da Odontologia Legal, mas percebeu como uma oportunidade de usar seus conhecimentos na Odontologia, servindo à sociedade de uma maneira diferente. Ela afirmou que estudou muito e não foi fácil. À época, o filho dela era muito pequeno, mas teve sucesso e foi aprovada, passando a exercer a profissão com toda dedicação possível.

“No início, tivemos algumas situações pontuais, que eu considerei difíceis na época, relacionadas a gestores externos à Perícia, porém, com o trabalho contínuo, isso foi superado. Durante todos esses anos, minha expertise nunca foi questionada, nem das minhas duas colegas do grupo de Odontolegistas, Dra. Roseli Ikeda e Dra. Cláudia Melo. Acredito que estamos em total igualdade para com os colegas do sexo masculino, tanto em competências quanto em responsabilidades! E juntos trabalhamos para fazer uma Polícia Científica mais forte, humana e competente em sua missão de responder à justiça e à sociedade”, afirmou Ana Paula Carneiro.

Quanto ao cargo de perito médico legista, a predominância é dos homens. Dos 38 profissionais que atuam nos IML da capital e do Agreste, sete são mulheres.

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