Em julgamento realizado, nesta terça-feira (19), na cidade de Palmeira dos Índios, o defensor público, Ênio Ferreira, reconheceu que o acusado, Cícero Pereira dos Santos, vulgo “Carne Crua”, praticou o crime, porém disse que os jurados não qualifiquem com crime fútil, visto que , Cícero foi agredido por “Mary Montilla”.

“Eu poderia alegar algumas coisas neste julgamento, mas em respeito aos familiares da vítima não vou pedir que considerem que de 4 testemunhas apenas uma disse ter visto o crime com certeza, as outras apenas ouviram falar. Uma médica diagnosticou seu Cícero com um transtorno depressivo, está no processo. Mas vou ressaltar que seu Cícero cometeu o crime sim, mas ele é um trabalhador de 45 anos e peço que os senhores considere que a vítima estava embriagada e que o agrediu, portanto não foi um crime fútil”, disse o defensor público.

De acordo com o promotor Sérgio Ricardo, a travesti foi morta por motivo fútil e uso de tortura. “Mary Montilla ou Peu foi perseguida por Carne Crua que estava com a faca na mão e o enteado dele, Leandro Batista de Souza, a vítima chegou a cair por três vezes, na última vez que tropeçou, foi segurada por Leandro e assassinada de forma covarde e sem chance de defesa. O réu não tem a mínima condição de estar em meio a sociedade. Ele é réu confesso desde o início e tem que ser ressocializado e cumprir pena em regime fechado", afirmou.

O caso

"Mary Montilla ou Peu" foi morta por dois homens ao sair de um bar no bairro São Cristóvão, em Palmeira dos Índios, em agosto de 2017. Conforme relato de testemunhas à Polícia Militar, Mary Montilla saiu do estabelecimento e foi perseguida pelos algozes, que a atingiram com várias facadas pelo corpo, sendo dois na região do pescoço, com a vítima vindo a óbito no local da ocorrência.