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Justiça
Postada em 16/12/2015 14:30 | Atualizada em 16/12/2015 17:22 | Por Todo Segundo

Geraldo Cardoso diz que pai foi morto por não apoiar grupo político

Segundo o cantor, seu pai teria sido morto por se negar apoiar Frederico Maia Filho, o “Mainha”, ex-prefeito de Quebrangulo
Geraldo Cardoso diz que pai foi morto por não apoiar grupo político - Foto: Todo Segundo
Do Todo Segundo

O cantor forrozeiro Geraldo Cardoso, disse durante julgamento na tarde desta quarta-feira (16), em Palmeira dos Índios, que seu pai José Cardoso de Albuquerque, foi assassinado por questão políticas em Quebrangulo.
 
“Meu pai foi morto por não apoiar um grupo político de Quebrangulo”. Naquela época, em cidade pequena, quem fosse contra ao grupo A,B ou C, era perseguido e se arriscava morrer”. disse ele se referindo ao ex-prefeito daquele município, Frederico Maia Filho, o “Mainha”.

Segundo o cantor, na época do crime, ele estava no início de sua carreira musical, foi ameaçado e obrigado a sair de Alagoas para se manter vivo. “Após eu conceder um entrevista em um programa de rádio, fui ameaçado e obrigado deixar o estado e ir embora para Minas Gerais, para não morreu”, disse Cardoso emocionado.

O júri popular do ex-policial militar, Manoel Bernardo de Lima Filho, acusado de assassinar o pai do cantor, começou por volta das 12h50, na sede do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), localizado no bairro Paraíso. A juíza Luana Freitas preside a sessão que deve terminar no fim da tarde desta quarta.

A acusação é feita pelo promotor Fábio Vasconcelos, com assistência do advogado Thiago Pinheiro. Familiares da vítima vestem camisas com mensagens de pedidos de justiça.

Lima Filho é o único acusado a sentar no banco dos réus, devido ao falecimento de outros envolvidos no crime, entre eles o delegado Ricardo Lessa. O ex-policial foi preso em 2008, em São Paulo, e já havia sido condenado por outros homicídios, além de ser apontado como integrante de um grupo de extermínio.

O Ministério Público requisitou auxílio da 17ª Vara Criminal para o caso, em razão dos indícios de que se tratava de uma organização criminosa. De acordo com os autos, os autores intelectuais do crime, revelados após a prisão do réu, seriam o ex-prefeito de Quebrangulo Frederico Maia Filho, o “Mainha” e sua esposa Cleusa.

O crime
José Cardoso de Albuquerque, pai do cantor Geraldo Cardoso, foi assassinado com vários disparos de metralhadora e revolver calibre 38, em 27 de setembro de 1989, no interior de uma casa comercial, Bilá Auto Peças, no município de Palmeira dos Índios.
 
O ex-policial Manoel Bernardo de Lima Filho, pertencia, supostamente, a um grupo de extermínio responsável por crimes de pistolagem, liderado pelo delegado Ricardo Lessa, já falecido, e que naquele período seria rival da “gangue fardada”, comandada pelo ex-tenente Cavalcante.

Ao chegar em um posto de combustíveis em Palmeira dos Índios, a vítima foi chamada pelo Sargento Góes para ir até a delegacia, onde encontrou os delegados Eduardo Mala e Ricardo Lessa.

Ao tomar conhecimento que iria ser deslocado para o município de Viçosa, ocasião em que Lessa teria dito que o mataria no meio da estrada, José Cardoso tentou fugir entrando na loja de auto peças, da qual era cliente, pedindo socorro e gritando que queriam lhe matar. Como não havia saída pelos fundos, ele foi acuado e morto sem chances de defesa.
 
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