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Justiça
Postada em 06/12/2016 12:51 | Atualizada em 06/12/2016 13:05 | Por Todo Segundo

MP denuncia acusados de esquartejamento em Girau do Ponciano

A ação penal foi proposta pelo promotor de Justiça Kléber Valadares, da Promotoria do município, no último dia 02
MP denuncia acusados de esquartejamento em Girau do Ponciano - Foto: Divulgação
Da Assessoria

“A denunciada Thayse, após os golpes desferidos pelos comparsas, aproximou-se da vítima e, com uma faca peixeira, começou a esquartejar Genaldo, cortando as orelhas; pênis (o qual posteriormente colocou na boca da vítima); língua; nariz; e abdômen. Todos esses atos foram realizados enquanto Geraldo ainda encontrava-se vivo. Em seguida, Thayse abriu o tórax da vítima, utilizando a faca peixeira e arrancou-lhe o coração”. O relato que choca que faz parte da denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) contra Thayse Nascimento Duarte, Romário dos Santos Silva, Ubirajara da Silva Santos, Brimax Silva Lisboa e Eduardo Fernandes dos Santos, todos acusados de assassinar Genaldo dos Santos, há dois meses, no município de Girau do Ponciano, no Agreste do Estado. O crime chocou os alagoanos em função da crueldade com que foi praticado.

A ação penal foi proposta pelo promotor de Justiça Kléber Valadares, da Promotoria de Girau do Ponciano, no último dia 02. Segundo ele, a acusação feita pelo Ministério Público é de homicídio triplamente qualificado. “Conforme se extrai do incluso inquérito policial, no dia 12 de outubro de 2016, por volta das 02h30min, na localidade de "Folha Miúdos", no sítio "Chá Alecrim", na Comarca de Girau do Ponciano, os ora denunciados, com vontade de matar e movidos por motivo torpe (encomenda e vingança), com meio cruel (tortura) e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima (amarrada), em conluio de vontades e formando grupo de extermínio, utilizando facas e pedaços de madeira, mataram a vítima Geraldo dos Santos”, revela um trecho da denúncia, acrescentando que o bando ainda teria aliciado uma adolescente para também participar do homicídio.

“Foi um crime que assustou, tamanha a sua crueldade. Agora, a partir da denúncia, os acusados serão processados e será buscada a pena devida para eles”, comentou o promotor de Justiça.

Os detalhes

De acordo com a ação, todos os acusados tinham o hábito de fazer uso de revólveres, munições e armas brancas, a exemplo de facões e facas peixeira, além de possuírem envolvimento com o tráfico de drogas. E, para o cometimento do assassinato, teriam recebido "ordem" de um preso conhecido pelo apelido de "Celebridade", que seria integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) e se encontra custodiado no sistema penitenciário alagoano. “Celebridade, membro do PCC, entrou em contato com sua namorada Thayse (traficante de drogas e garota de programa), ora denunciada, residente em Arapiraca, encomendando a morte da vítima Genaldo dos Santos (46 anos). A denunciada, então, partindo da determinação advinda de "Celebridade", engendrou o plano da morte de Geraldo, juntamente com os denunciados Ubirajara, Eduardo, Romário, Brimax e uma menor (14 anos)”, explica a denúncia.

Segundo Kléber Valadares, Thayse Nascimento Duarte conseguiu convencer os demais comparsas de que Geraldo teria sido o autor de um crime de estupro e duplo homicídio praticado contra duas crianças, lá mesmo, em Girau do Ponciano e, exatamente por esse motivo, teria que ser assassinado. E, ao aceitarem organizar a morte da vítima, todos envolvidos se dirigiram, na tarde do dia 12 de outubro, à residência de Geraldo. “Na ocasião, a adolescente arrombou a porta da residência da vítima, amassando o ferrolho e dando acesso aos demais comparsas, os quais restringiram a liberdade de Genaldo, que se encontrava nu. Em seguida, os denunciados constrangeram-o a adentrar no porta-malas do veículo mencionado, sob violência e forte ameaça. Ato contínuo, os denunciados deslocaram-se para a localidade de "Folha Miúdos", onde pararam o automóvel e retiraram a vítima do interior do carro. De pronto, o denunciado Ubirajara amarrou as mãos de Genaldo e, na sequência dos atos, deferiu-lhe golpes com faca e pedaço de madeira. O denunciado Eduardo, por sua vez, foi responsável por desferir paulada contra a vítima, inclusive no momento em que esta ainda se encontrava no porta-malas do veículo. Quanto a Romário, consta que este desferiu, no mínimo, 03 (três) golpes de faca nas costas de Geraldo, bem como uma coronhada contra a cabeça deste”, relata o texto da ação penal.

A crueldade de Thayse
Para a Promotoria de Girau do Ponciano, dentre todos os assassinatos, Thayse Nascimento Duarte foi a que apontou mais frieza e perversidade ao matar a vítima. “Ademais, a denunciada Thayse, após os golpes desferidos pelos comparsas, aproximou-se da vítima e, com uma faca peixeira, começou a esquartejar Genaldo, cortando as orelhas; pênis (o qual posteriormente colocou na boca da vítima); língua; nariz; e abdômen. Todos esses atos foram realizados enquanto Genaldo ainda encontrava-se vivo. Em seguida, THAYSE abriu o tórax da vítima, utilizando a faca peixeira e arrancou-lhe o coração (o qual posteriormente colocou sobre a mão de Genaldo). Após, Thayse utilizou a faca peixeira para decepar a cabeça da vítima, momento em que a menor que filmava, em um aparelho celular, toda a cena criminosa, apoderou-se de outra faca para auxiliar no esquartejamento. Logo que confirmada a morte da vítima, o grupo criminoso evadiu-se”, detalha a denúncia.

A responsabilidade de Brimax no crime se deu em função de ele ter sido o responsável por fornecer informações detalhadas acerca do endereço de Genaldo dos Santos, bem como os horários mais comuns em que a vítima ficava em casa e saía para trabalhar. Ele também participou da orquestração do homicídio.

Os crimes apontados pelo MPE/AL

Na denúncia feita pelo Ministério Público, Thayse Nascimento Duarte, Romário dos Santos Silva, Ubirajara da Silva Santos, Brimax Silva Lisboa e Eduardo Fernandes dos Santos incorreram nas sanções punitivas de homicídio triplamente qualificado pelo motivo torpe – encomenda/vingança; pela tortura/meio cruel; e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima (ela estava amarrada). Eles também foram enquadrados como grupo de extermínio e associação criminosa armada e que envolve adolescente.
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