O Instituto Médico Legal (IML) confirmou, nesta sexta-feira (26), a identidade de uma das vítimas encontradas carbonizadas dentro de um veículo no município de Marechal Deodoro, região metropolitana de Maceió. Trata-se de Carlos Alexandre Gouveia dos Santos, de 20 anos, natural de São Miguel dos Campos e que estava desaparecido desde quarta-feira (24), dia do crime.

Os corpos foram localizados às margens da AL-101 Sul, dentro de um carro incendiado. Segundo o IML, as vítimas — ambos homens — foram baleadas antes de terem os corpos queimados, o que reforça a suspeita de execução.

O exame cadavérico foi conduzido pelo perito médico legista Luiz Mansur, que utilizou tecnologia de escaneamento corporal e raio-x. Em um dos cadáveres, foi encontrado um projétil, que foi preservado para futura análise balística. No outro corpo, uma perfuração de projétil no crânio reforçou a tese de homicídio seguido da tentativa de destruição das evidências.

“Este material poderá ser crucial para um exame de comparação balística, caso uma arma suspeita seja apreendida”, destacou Mansur.

Já o perito odontolegista João Alfredo explicou que um dos corpos foi completamente danificado pelo fogo, tornando inviável a identificação por métodos convencionais. Nesse caso, fragmentos preservados foram coletados para tentativa de extração de DNA, que será comparado ao material biológico fornecido por familiares no Laboratório de Genética Forense da Polícia Científica.

No entanto, em relação a Carlos Alexandre, a equipe conseguiu sucesso na identificação por meio da odontologia forense. O reconhecimento foi possível após a análise de uma ficha odontológica do SUS, fornecida pela família, e fotografias que mostravam o sorriso do jovem em vida.

“Fizemos a dissecção e limpeza das estruturas dentais, anotamos os achados e comparamos com o material fornecido. Os seis achados periciais foram compatíveis com a ficha odontológica e as fotos da arcada dentária do cadáver”, explicou João Alfredo.

Com a identificação oficial, o corpo de Carlos Alexandre foi liberado para sepultamento pela família, que reside em Barra de São Miguel. Enquanto isso, os trabalhos continuam para que o segundo corpo seja identificado.

O prazo inicial para a conclusão do exame de DNA é de 10 dias, podendo ser prorrogado devido à dificuldade de extração de material genético em casos de queimaduras tão severas.

As investigações sobre o crime seguem em andamento, e as autoridades policiais aguardam os laudos periciais para avançar nas linhas de apuração sobre a motivação e os responsáveis pelas execuções.