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Política
Postada em 22/11/2015 11:11 | Por Todo Segundo

Cidade mais importante do interior não tem representação na Câmara dos Deputados

Em 1994 a cidade contou com uma representação de dois parlamentares
Cidade mais importante do interior não tem representação na Câmara dos Deputados
Por Roberto Gonçalves

Com uma população de 230 mil habitantes e cerca de 400 mil eleitores nas cidades do seu entorno o município de Arapiraca não tem representação na Câmara dos Deputados. Em 1994, após um jejum de 20 anos sem representação no Congresso Nacional, a cidade voltou a possuir uma representação positiva com dois representantes na capital administrativa do Pais. A coragem e a ousadia do então deputado estadual Talvane Albuquerque que consegui ser o deputado federal mais votado do Estado e a então deputada federal a saudosa Ceci Cunha.

Na época, o município mais importante de Alagoas passou a contar com dois representantes na Câmara dos Deputados, motivada pelo fenômeno eleitoral de Talvane Albuquerque, a então vereadora aliada de Célia Rocha, Josefa Santos Cunha (Ceci Cunha) consegui se eleger em última colocação, dos nove eleitos, deputada federal. Arapiraca passou a figurar bem no cenário político do Estado com dois representantes.

A atuação positiva de Ceci Cunha em Brasília, na solução de inúmeras reivindicações de Arapiraca e região Agreste lhe rendeu em 1998, sua reeleição com expressiva votação após desistir da pretensão de ser candidata a vice-governadora do então governador Manoel Gomes de Barros o Mano. Os desdobramentos a partir desse episódio político no cenário da política de Alagoas foram terríveis, Ceci Cunha foi assassinada após sua diplomação para o segundo mandato na Câmara dos Deputados. Alagoas ficou traumatizada com a chamada “Chacina da Gruta”.

Rogério Teófilo é eleito deputado federal
Na eleição de 2002 o então deputado estadual Rogério Teófilo na época forte aliado da prefeita Célia Rocha, graças a sua atuação positiva em três mandatos legislativos na Casa de Tavares Bastos, consegui devolver para o povo arapiraquense e agrestino a representação na Câmara dos Deputados. Com uma atuação positiva com foco na interiorização do ensino superior, além de defender com entusiasmo inúmeros pleitos de Arapiraca. No objetivo da sua reeleição em 2006 não consegui se reeleger. A reeleição de Teófilo teria motivação em um “corpo mole” do então prefeito Luciano Barbosa que substituiu Célia Rocha após dois mandatos.

Célia Rocha é eleita deputada federal com votação histórica

Na eleição de 2010, após um período sem mandato, Célia Rocha, foi eleita deputada federal com quase 70% dos votos válidos da cidade de Arapiraca e foi a segunda mais votada naquele ano. Em 2012, após um ano e um mês no parlamento, com uma atuação considerada difícil pela então parlamentar na sua estrela na Câmara dos Deputados, incentivada pelo então prefeito Luciano Barbosa, e os senadores Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor (PTB), Célia Rocha anuncia que iria abandonar o mandato outorgado pelo povo para disputar a prefeitura de Arapiraca pela terceira vez.

Célia Rocha iria enfrentar o seu ex-aliado histórico Rogério Teófilo. No mandato de deputada federal, se elegeu com 46% dos votos contra 41% de Rogério Teófilo. Uma vitória apertada. A campanha eleitoral foi acirrada com denuncias graves e comprometedoras contra a adversária formalizada pela equipe de Teófilo. As denuncias foram de improbidade administrativa na gestão de Luciano Barbosa e um processo mais emblemático, de uma união estável entre Célia Rocha (PTB) e Luciano Barbosa (PMDB) no cargo de prefeito.

A união estável impedia a posse de Célia Rocha para o seu terceiro mandato. Mas o juiz, Jandir de Barros Carvalho, no dia 19 de novembro de 2012, decidiu. “Não há provas que exista uma união estável entre a futura prefeita de Arapiraca e o atual mandatário da cidade, Luciano Barbosa (PMDB). Foi o que assegurou o juiz da cidade, Jandir de Barros Carvalho, em decisão do dia 19 de novembro de 2012.

A união estável impediria a posse de Célia Rocha, configurando-se um terceiro mandato a Luciano Barbosa, em razão da influência familiar, o que é proibido por lei. Segundo o juiz, o pedido de indeferimento da candidatura foi movido pelo candidato derrotado à Prefeitura, Rogério Teófilo (PSDB). Ele alegava que os dois tiveram uma união estável. E teriam simulado separação, para disputar a chefia do Executivo da cidade.

Tentativa de Rogério Teófilo retornar a Câmara dos Deputados

Na eleição de 2014, Rogério Teófilo tenta mais uma vez oferecer a Arapiraca à representação federal, infelizmente sem êxito. Uma campanha com poucos recursos, onde não decidiu pelo apoio de nenhum candidato a governador, nem mesmo do seu partido, e rejeitou convite do senador Renan Calheiros que o acomodaria nas bases do então candidato a governador Renan Filho, viabilizando assim uma boa votação. em Arapiraca.

Teófilo foi atrapalhado, pelos candidatos Josival Pereira (PRTB) o (Dorge do Queijo) Júlio Houly (PP) e Chico da Capial além dos “paraquedistas” Ronaldo Lessa, Paulo Fernandes (Paulão) e Nivaldo Albuquerque). Esses forasteiros contaram com o apoio de Célia Rocha. Rogério obteve 47 mil votos no Estado, em Arapiraca pouco mais de 30 mil, muito aquém das expectativas, caindo sensivelmente sua votação na cidade. Os problemas seriam dos “acidentes de percurso” durante a campanha da sua coordenação política que não soube administrar o seu potencial.

Não é admissível que uma cidade polo como Arapiraca, com 230 mil habitantes, liderando uma região com mais de 400 mil eleitores em seu entorno, não possua representante na Câmara dos Deputados a exemplo de Junqueiro, com Arthur Lira, Coruripe, com Marx Beltrão e Viçosa com o seu aliado de partido Pedro Vilela.

Em 2016 haverá novas eleições municipais. Célia Rocha vai enfrentar sua eleição mais complicada, em razão do desgaste político e forte rejeição. Novos grupos políticos estão se formando, e deve prevalecer a união por uma renovação em Arapiraca. Existe um sentimento do eleitorado de mudanças com novos rumos e alternância de poder político e com o surgimento de novos nomes que possam ocupar o espaço na Câmara dos Deputados que pelo seu potencial sócio econômico merece.
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