Por Kleverson Levy

Censura! Esta é a palavra que mais se adequa ao fato da demissão do radialista Djalma Lyma na Rádio Palmeira FM, emissora que pertence ao grupo do deputado estadual Val Gaia (PSDB).

Por conta da pesquisa que foi divulgada na manhã desta quinta-feira, 04, no Portal TodoSegundo - de propriedade do radialista - os donos da Palmeira FM mandou retira-lo imediatamente do quadro de funcionários.

A pesquisa, em parceria com o Instituto Data Consulta e registrada no Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) com o número 01638/2016, causou um mal-estar político na família Gaia.

Ao apontar o vereador Júlio Cezar (PSB) como preferido na disputa pela prefeitura de Palmeira dos Índios, Djalma Lyma (dono do TodoSegundo) foi demitido da rádio sem qualquer justificativa.

A saída do comunicador mostrou uma discrepância política - entre site e rádio - que impôs uma verdadeira retaliação pré-eleitoral. O interesse do grupo Gaia é tentar eleger o secretário municipal de Infraestrutura e ex-vereador, Rodrigo Gaia (PSDB), irmão de Val Gaia.

Segundo o próprio radialista, o resultado da pesquisa "não agradou aos donos da emissora" que - sem poder censurar - achou melhor demitir o profissional.

Djalma, portanto, soube muito bem dividir o trabalho na rádio e a função de dono do portal que incomodou claramente pessoas que almejam se perpetuar na prefeitura de Palmeira dos Índios.

"Quero deixar claro que ninguém vai tirar minha independência, minha honestidade, minha dignidade e, muito menos, o direito de informar principalmente naquilo que é de minha propriedade: o Todo Segundo. Ninguém vai conseguir me censurar. Como todos sabem, sou natural de Piranhas e estou em Palmeira dos Índios há 14 anos. 12 deles na Palmeira FM. A vida que segue! A partir de agora seguirei novos caminhos", escreveu o radialista no facebook.

Sendo o vereador Júlio Cezar (PSB) à frente da pesquisa ou não, todavia, o importante é informar aos leitores do portal e palmeirenses.

Opinião
A questão é que a censura mesurada pelo grupo Gaia se valeu apenas na Palmeira FM com a demissão do profissional. Os donos da emissora não souberem separar o funcionário ao dono do portal.

O TodoSegundo, no entanto, continua informando sem que haja interferência política ou seja chapa-branca.

A parcialidade de um meio de comunicação que se preza ao que os donos (politicamente falando) querem é um péssimo ensinamento ao cidadão (crianças e jovens) do futuro.

Censurar ou deixar de informar a população sobre aquilo que ela precisa ouvir não é fazer jornalismo, radialismo ou comunicação.

Mordaça não cabe mais nos dias atuais! Rádio (e os meios de comunicação) não deve ser de interesse particular, político ou partidário para ludibriar eleitores com a ganancia de manter familiares, amigos e parentes nas "saias" do Poder Executivo.

A política é feita de aprovação e rejeição. Quando o povo quer mudar, muda! Não será a Palmeira FM que vai influenciar na opinião dos eleitores. Censura não é imprensa livre!

Cabresto é para quem não tem coragem de falar a verdade ou depende dessa política mesquinha que ainda (ao que se observou) existe em Palmeira.

Menos fascismo!

Avante!

Como cantava Cazuza: "Ideologia. Eu quero uma pra viver!"

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