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Política
Postada em 29/07/2019 10:48 | Atualizada em 29/07/2019 17:22 | Por Todo Segundo

Júlio Cezar diz não ter afirmado que ameaças tenham conotação política

Em nenhum momento afirmei que as ameaças que estou sofrendo têm conotação política, diz prefeito de Palmeira dos Índios
Em nenhum momento afirmei que as ameaças que estou sofrendo têm conotação política, diz Júlio Cezar - Foto: Arquivo / Todo Segundo

Após a grande repercussão em função de matérias veiculadas pelo Jornal Gazeta de Alagoas, neste final de semana, com a informação de que pistoleiros teriam sido contratados para matar o prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar, o gestor palmeirense se pronunciou sobre o caso.

Em que pese a informação dada pelo jornal pela contundência e até riquezas de detalhes na descrição da encomenda do crime, sem apontar qualquer suspeito ou mandante, a reportagem insinua em seu texto que a suposta articulação para matar o prefeito palmeirense é política.

Em nota publicada na manhã desta segunda-feira (29), em sua página pessoal no FaceBook, Júlio Cezar, confirma o teor da reportagem, mas ressalta que em nenhum momento afirmou que as ameaças que vem sofrendo tenham conotação política e diz ter deixado claro que já foi vítima de um crime por questões de cunho estritamente pessoal.

Ainda na nota, ele pede para seus adversários políticos não vestirem a carapuça e deixem que as forças de segurança do Estado, nas quais ele confia, possam esclarecer a situação. “Não vistam a carapuça, pois não a ofereci! Deixem que as forças de segurança do Estado, nas quais confio, possam esclarecer esta lamentável situação”, diz Júlio Cezar na nota.

O que diz a nota de Júlio Cezar

Em relação à matéria divulgada na última edição do jornal Gazeta de Alagoas, confirmo que estou, sim, com a minha vida em risco. Tenho sofrido ameaças e mais de um atentado já foi abortado. Isso fez com que fosse necessário aumentar a minha segurança pessoal, pois não se pode brincar com isso.

Confirmo o teor da reportagem, mas ressalto que em nenhum momento afirmei que as ameaças que estou sofrendo têm conotação política. Em vez disso, deixei claro que já fui vítima de um crime por questões de cunho estritamente pessoal. Quanto às atuais ameaças, quem dirá a origem e motivação é a Polícia Civil de Alagoas e o MinistérioPúblico, que já tratam do assunto. Um trabalho sério e que deve ser respeitado.

Entretanto, é curioso perceber que aqueles que são conhecidamente ligados a crimes de mando, em Palmeira dos Índios e nas cidades próximas daqui, logo corram para tentar desqualificar as ameaças que sofri. Não vistam a carapuça, pois não a ofereci! Deixem que as forças de segurança do Estado, nas quais confio, possam esclarecer esta lamentável situação.

Por fim, agradeço o apoio de todos os amigos e deixo claro que nada me fará parar o trabalho pelo povo de Palmeira dos Índios. Entrei na vida pública sabendo dos riscos que também poderiam correr quando enfrentasse as oligarquias da região. E, como um trabalhador que sempre fui e sou, trabalharei diuturnamente na missão que me foi dada pelo povo de Palmeira dos Índios.
Júlio Cezar

Prefeito de Palmeira dos Índios

O que diz a Gazeta

A reportagem da Gazeta diz ter apurado que dois grupos de pistoleiros foram contratados para matar o prefeito de Palmeira. Um grupo com quatro assassinos, alguns deles ex-policiais, foi arregimentado nas cidades próximas ao município de Bom Conselho, no interior de Pernambuco, região onde a polícia suspeita da existência de fazendas de criminosos que roubam bancos e matam políticos por encomenda. Outro grupo, também com quatro homens, são do Agreste: de Arapiraca e cidades vizinhas. Também há suspeita de ex-policiais envolvidos.

Ainda segundo a Gazeta de Alagoas, informações dão conta que a morte de Júlio Cezar está orçada em R$ 300 mil. Parte do dinheiro, cerca de R$ 90 mil, já foi gasto na aquisição de dois carros: um de fabricação japonesa e outro nacional. As placas e as marcas dos veículos não serão reveladas neste momento, para não atrapalhar as investigações das equipes de policiais altamente operacionais que trabalham sigilosamente no caso.

Segundo a Gazeta, além dos carros, os envolvidos na trama criminosa gastaram pouco mais de R$ 20 mil em compras de pistolas, fuzis, munição, coletes, entre outros equipamentos para facilitar fugas e disfarces. Há 40 dias, os pistoleiros rondam aquele município do Sertão na divisa com a região do Agreste.

Existem indicativos de que o prefeito Júlio Cezar já deveria ter sido executado. A estratégia dos assassinos era aproveitar as visitas do prefeito em obras e atividades públicas na região, principalmente as que concentram muita gente. Nas duas emboscadas planejadas, não houve a consumação porque a movimentação popular foi pequena. O prefeito não sabia de nada.

O que diz a Polícia Civil

A investigação está sob a responsabilidade do delegado Cayo Rodrigues, da Seção Especial de Roubo a Banco (SERB). Ele disse que a Polícia Civil de Alagoas realmente investiga a existência de um suposto plano de assassinato do prefeito de Palmeira dos Índios Júlio Cezar e trabalha para se chegar à verdadeira natureza dos fatos.

“Ciente de sua função social, não só de repressão, como também de prevenção à prática de crimes, a Polícia Civil, mesmo diante da lacuna do ordenamento jurídico, que não prevê sanção penal para a conspiração para a prática de homicídio, imediatamente iniciou diligências no sentido de confirmar ou não a existência do aludido plano, assim como passou a acompanhar os envolvidos”, disse o delegado Cayo Rodrigues.

Ele frisa que em razão do necessário sigilo do trabalho investigativo, e até para evitar uma exposição indevida e precipitada de pessoas, não se pronunciará em detalhes sobre o fato, que continuará sendo trabalhado pelas equipes policiais, e afirma que não houve uma tentativa de homicídio.

O delegado Cayo disse que as investigações fizeram com que a PC realizasse, até o momento, diligências e vários levantamentos nas cidades de Arapiraca e Palmeira dos Índios, em Alagoas, e no município de Bom Conselho, no interior de Pernambuco.

O secretário de Segurança Pública, Lima Júnior, e o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, têm acompanhado os casos e dado todo o apoio necessário para o esclarecimento dos fatos.

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