O Partido (PP) do senador alagoano Benedito de Lira, que será desalojado do Ministério das Cidades, foi convidado oficialmente, na véspera do Natal, para assumir a Integração Nacional. O indicado pelo partido é Gilberto Occhi, atual ministro das Cidades, que passará o posto para o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD).

Ex-diretor da Caixa Econômica Federal, Occhi assumiu a pasta das Cidades no início deste ano, quando o então titular, Aguinaldo Ribeiro, desincompatibilizou-se para concorrer à reeleição como deputado federal pela Paraíba. O perfil técnico e não político de Occhi agradou à presidente Dilma.

Durante as negociações da reforma ministerial, o PP esperava permanecer à frente de Cidades. O presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PI), chegou a duvidar que a legenda perderia a pasta para o PSD de Kassab. “Eles têm uma bancada menor do que a nossa”, questionou.

Mas, além de Dilma já estar apalavrada com Kassab, o PP vinha em um processo de desgaste por causa da Operação Lava-Jato. Na sexta-feira da semana passada, veio à tona a lista de citados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa na delação premiada ao Ministério Público: 10 dos 28 políticos mencionados são do PP. Entre eles, o próprio Ciro Nogueira.

“Integração Nacional é uma pasta com o mesmo patamar de Cidades e com forte inserção no Norte e no Nordeste”, disse uma liderança do PP. Entre as atribuições do órgão estão a conclusão da transposição do Rio São Francisco e as ações de combate às enchentes. Em tese, a presidente poderia ter escolhido um político, e não um técnico, do PP para o ministério. Mas, dos 10 citados por Paulo Roberto Costa na delação, quatro (Ciro Nogueira, Mário Negromonte, Benedito de Lira e Pedro Corrêa) são do Nordeste, região em que se concentra a maior atuação do Ministério da Integração.