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Política
Postada em 28/04/2015 14:24 | Por Todo Segundo

Renan classifica ajuste fiscal do governo Dilma de "ajuste trabalhista"

Presidente do Senado criticou proposta do Executivo para equilibrar contas
Renan classifica ajuste fiscal do governo Dilma de "ajuste trabalhista" - Foto: Divulgação
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), classificou nesta terça-feira (28) de "ajuste trabalhista" as propostas do governo federal para fazer um ajuste fiscal na economia, referindo-se ao fato de que as medidas provisórias encaminhadas pelo Executivo ao Congresso Nacional afetam direitos trabalhistas e previdenciários. O peemedebista fez o comentário após se reunir, em seu gabinete no Senado, com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

O comandante da economia foi ao Legislativo pedir apoio para a aprovação das duas medidas provisórias editadas pelo governo para reduzir gastos e reequilibrar as contas públicas. As MPs 664 e 665 tornam mais rigoroso o acesso da população a benefícios como seguro-desemprego e pensão por morte.

Os textos, que foram enviados ao parlamento em dezembro, estão sob análise de duas comissões especiais. Após a votação nesses colegiados, terão de ser apreciadas nos plenários da Câmara e do Senado.

"Esse ajuste não é um ajuste fiscal, ajuste fiscal tem que cortar no Estado. Esse é um ajuste trabalhista, e, como ajuste trabalhista, a presidente está tendo dificuldade de falar no 1º de maio, porque a conta não pode ir para o trabalhador", disse o peemedebista.

Nesta segunda (27), o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, informou que, pela primeira vez desde que assumiu o comando do Planalto, Dilma não fará pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV no Dia do Trabalhador, celebrado no dia 1º de maio.

Na opinião de Renan, a presidente Dilma Rousseff está tendo "dificuldade" de falar no Dia do Trabalhador em razão das críticas que estão sendo feitas no país às MPs do ajuste fiscal.

Em Pernambuco, onde participou no início da tarde desta terça da inauguração de uma fábrica de automóveis, Dilma saiu em defesa das propostas de seu governo para equilibrar as finanças públicas. Conforme ela, as medidas são necessárias para assegurar a retomada do crescimento do país.

"Os ajustes são conjunturais, necessários e nós estamos determinados a implementá-los e, conjuntamente com eles, a incrementar as condições para garantir a expansão não só da nossa infraestrutura, mas também do mercado e da indústria automobilística neste momento", declarou Dilma.

Terceirização
Indagado por jornalistas sobre o projeto de lei que regulamenta a terceirização no país, aprovado pela Câmara dos deputados na última semana, Renan afirmou que o Senado irá analisar o texto “criteriosamente”. Depois que os deputados aprovaram o texto, o presidente do Senado passou a trocar farpas publicamente com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Esse assunto [mudança nas regras de terceirização] precisa de uma discussão profunda, é um assunto complexo. E para assuntos complexos, precisamos de soluções definitivas”, ponderou Renan.

O peemedebista voltou a repetir que o aval dos deputados à terceirização de qualquer atividade “é muito ruim para o Brasil”. O senador de Alagoas também relacionou o projeto às  medidas de ajuste fiscal, dizendo que os parlamentares estão "preocupados" com a “qualidade” do ajuste.

“Não é com o quanto, é com o como [fazer ajustes]. E a terceirização agrava cada vez mais isso.”

“Nós não podemos precarizar ainda mais a nossa economia, retirar competitividade. No momento em que o governo aumenta impostos, aumenta juros, faz ‘tarifaço’, você transferir as contas para os terceirizados é muito ruim”, complementou.

Ao deixar a audiência com o presidente do Senado, Joaquim Levy declarou que é muito importante a agenda do ajuste fiscal passe pelo crivo dos parlamentares. Ele destacou, no entanto, que o país tem de ir além do ajuste fiscal.

"Atribuo o avanço do ajuste à expectativa de que ele se conclua de maneira positiva na votação no Congresso. Há um movimento incipiente de retomada de confiança na economia do Brasil. Se a gente fizer a coisa certa, a economia tem tudo para ir bem, voltar a crescer, adquirir a confiança necessária para atrair investidores, inclusive para a infraestrutura em todos os estados", ressaltou Levy.

Do G1 DF
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