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Religião
Postada em 21/05/2023 16:01 | Por Todo Segundo com Ascom

Frei Damião e a evangelização nas Santas Missões Populares

Para o padre José Paulo, da paróquia de São Vicente, diocese de Palmeira dos Índios, as Santas Missões ainda são vivas na história de Canafístula
Frei Damião e a evangelização nas Santas Missões Populares - Foto: Assessoria

Sua missão era evangelizar. Esse era o objetivo que Frei Damião carregava em seu coração e levava para a sua vida. Frei Damião nasceu em Bozzano, na Província de Lucca, na Itália, no dia 05 de novembro de 1898 e desde pequeno já mostrava vocação para o sacerdócio.

Aos 10 anos ingressou no Seráfico de Camigliano, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Aos 17, recebeu os votos religiosos, passando a ser chamado de Frei Damião de Bozzano. Começou a estudar filosofia, mas foi interrompido para o serviço militar durante a Primeira Guerra Mundial.

Em 1920 foi enviado para a Universidade Georgiana de Roma, onde estudou Direito Canônico e Teologia Dogmática. Em 5 de agosto de 1923, foi ordenado sacerdote na Igreja do Antigo Colégio São Lourenço de Brindisi, em Roma. Em seguida foi nomeado vice mestre de noviços. Com a ordenação, Frei Damião já expressava o desejo de levar aos quatro cantos do mundo o amor e a palavra de Deus. Em 1931 foi enviado ao Brasil, chegando no dia 17 de junho com a missão de evangelizar. Ao chegar na cidade do Recife instalou-se no Convento de Nossa Senhora da Penha, no Centro da cidade.

Foi eleito assistente da Custódia Geral dos Capuchinhos de Pernambuco, onde se dedicou às Santas Missões. Frei Damião dedicou 66 anos de sua vida a peregrinar por diversas cidades do Norte e Nordeste do Brasil, pregando o evangelho.

As romarias ou cruzadas missionárias eram realizadas nas cidades e, na ocasião, palanques eram montados ao ar livre com vários alto- falantes onde o frade transmitia os seus sermões. Realizava caminhadas e romarias pelas localidades onde passava sempre com um terço e um crucifixo.

As bênçãos, conselhos e sermões percorriam as cidades e mais pessoas se tornavam seguidores das palavras do frei capuchinho. Em Canafístula, distrito de Palmeira dos Índios, Alagoas, costumava descansar das suas peregrinações pelas cidades, vilas e povoados do Nordeste. Em suas andanças pelo Distrito de Canafístula, com a sua chegada, eram realizadas as romarias e toda uma programação com caminhadas penitenciais pelas madrugadas– geralmente começava às 4h – e, em seguida, a celebração da Eucaristia.

Ao longo do dia, dedicava-se a atender confissões, sendo das mulheres, jovens e adolescentes durante o dia e, à noite, dos homens, porque a maioria trabalhava.
Uma grande marca nas missões do Frei eram seus sermões. As pessoas iam para a praça, para a igreja, para escutar os sermões do Frei Damião, muitos conselhos a partir daquilo que diz os Evangelhos, a orientação da Igreja.

Para o padre José Paulo, da paróquia de São Vicente, diocese de Palmeira dos Índios, as Santas Missões ainda são vivas na história de Canafístula. “A romaria de Frei Damião acontece a cada dois anos e permanece viva em junho e novembro. Uma grande aglomeração de pessoas, que se juntam naquele Distrito para visitar e recordar os ensinamentos do Frei. E, agora, nos dias 2, 3 e 4 de junho acontece a romaria, as santas missões populares e iremos recordar toda a trajetória religiosa de Frei Damião”, explicou o padre.

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