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Coisa da Política

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Postada em 23/06/2025 10:32

Risco de virar Rui Palmeira ou chance de se firmar como líder: JHC vive dilema decisivo

Pressionado a não disputar governo, prefeito pode optar entre embate direto com o clã Calheiros ou a cautela que já custou caro a outros
JHC pode enfrentar Renan Filho ou recuar para 2026: dilema político desafia projeto de poder - Foto: Edilson Omena

Desde sua reeleição consagradora à Prefeitura de Maceió em 2024, João Henrique Caldas, o JHC (PL), mantém uma presença cada vez mais marcada pelo silêncio e pela distância no tabuleiro político alagoano. A ausência tem incomodado até mesmo os aliados mais próximos, que esperavam ver o prefeito em campo, liderando a oposição e construindo pontes para 2026. Mas, por enquanto, JHC tem preferido os bastidores — e carrega consigo um dilema que pode definir o rumo de sua trajetória.

Segundo uma fonte com trânsito direto no núcleo do prefeito — “o mais próximo que se pode ser dele”, como define — JHC não está alheio às pressões que o cercam. Ele sabe que o grupo liderado por Renan Calheiros (MDB) prefere vê-lo longe da disputa pelo governo do Estado. O interesse é claro: manter o atual ministro dos Transportes, Renan Filho, como candidato ao Palácio República dos Palmares, e assegurar, ao mesmo tempo, a permanência do senador Calheiros em Brasília, em caso de renovação de mandato.

Nesse cenário, há quem fale nos bastidores de uma possível composição informal entre JHC e o MDB. A ideia de uma “dobradinha branca” não é nova. Para JHC, esse caminho pode parecer menos arriscado eleitoralmente, mas não está isento de custos — especialmente no campo simbólico.

O exemplo mais citado nos bastidores é o do ex-prefeito Rui Palmeira, que, após se posicionar como adversário dos Calheiros, terminou aproximando-se do grupo e, politicamente, perdeu capital e protagonismo. “O resultado é visível”, resume o interlocutor.

Se optar por enfrentar Renan Filho nas urnas, JHC corre o risco real de encerrar seu ciclo de vitórias e ficar sem mandato. Mas, ao mesmo tempo, preserva a imagem de independência que o consolidou como figura de destaque na política local e nacional. Uma eventual derrota pode, paradoxalmente, mantê-lo forte para futuras disputas — inclusive a de senador, caso não seja agora.

A dúvida, portanto, é estratégica e existencial. Entre o pragmatismo de uma aliança informal e o risco de um confronto direto, JHC sabe que o tempo está passando — e que qualquer escolha cobrará um preço.

Se será lembrado como uma liderança que se impôs contra o poder estabelecido ou como alguém que recuou diante do peso do sistema, só as próximas decisões dirão. Por ora, o silêncio continua sendo sua arma — ou seu erro.

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